O fim de ano de 2020, contrariando nossas expectativas, termina com a boa nova da oferta de várias vacinas viáveis contra a COVID 19. Sabemos que, embora as vacinas já testadas e aprovadas, estejam longe de representar o início do fim da pandemia, elas são decisivas para diminuir significativamente o contágio e o número de mortes, como atestam diversos pesquisadores e especialistas. Mas enquanto na maioria dos países, inclusive da América Latina, a vacinação em massa já começou a ser uma realidade, no Brasil, o genocida que ocupa o troninho presidencial, insiste em ignorar a urgência da matéria e em debochar da inevitável campanha de vacinação. Seu negacionismo frente a pandemia ultrapassa, assim, os limites do institucionalmente admissível.
O mais preocupante é que, uma parte considerável da população, parece aderir a postura anti vacina, naturaliza as milhares de mortes de decorrentes da pandemia, e desconsidera, inclusive, os cuidados inerentes ao estado de emergência sanitária, como distanciamento social e uso de máscaras. Esta ausência de civilidade e consciência pública traz a tona o problema da precariedade dos vínculos societários em nossa sociedade, a falta de civilidade e de responsabilidade social que nos compromete perigosamente enquanto corpo polÍtico coletivo. A pandemia nos ajudou a lembrar que de longa data somos uma sociedade doente e educada pelo autoritarismo, pouco afeita a uma cultura do bem comum, visto que a esfera publica sempre foi visto e tratado como um privilégio de elites.
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