Celebramos diariamente a caduquice do mundo atual,
de nossos valores, certezas, e modos de vida,
de tudo que é podre e convencional,
e nos faz distantes da natureza,
da expontaneidade e alegria
da gratuidade de existir em descreta vertigem.
Sustentamos o absurdo da verdade,
os falaciosos sentidos da vida,
a razão que nos castra e nos reduz ao trabalho
para o maldito progresso da civilização e do Capital.
Fugimos do nada que nos nutre sonhos,
que nos dilui no tempo,
aflorando novas infâncias,
diante do assombro de realidades em devir.
Somos escravos das falsas esperanças de ser
que nos levam ao engodo da eternidade.
Mas nada disso importa,
pois apesar de tudo
sempre seremos finitos e provisórios habitantes da Terra.
Ainda descobriremos
algum eficiente antidoto contra a alegria que nos conforma ao céu de um mundo morto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário