Desprezo aqueles que ostentam certezas demais,
defensores dos fatos,
que dominam a ciência do certo e do errado.
Não suporto os que semeam verdades no coração do deserto,
os que sempre tem razão,
os que amam o Estado,
hierarquias e leis,
e falam em nome da história,
da glória das instituições,
exautando as virtudes da ordem
como quem elogia o direito divino dos reis.
Amo os bárbaros que derrubam os muros das grandes cidades,
os fragelos da civilização e vítimas da fome,
que nada tem a perder
ou esperar do amanhã.
Amo a fúria das hordas, das turbas,
e multidões.
Apoio os despidos de opinião,
inimigos do bom lirismo,
que embriagados pelo espírito de rebelião,
derrubam todos os idolos e
princípios,
desafiando a opulência dos ricos
e bem nutridos.
Amo os selvagens filhos
de uma nova terra
que anunciam terríveis tempestades
em nome da liberdade.
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