Neste injusto mundo de perdas e ganhos, os despossuídos sonham e transcendem a necessidade.
Querem mais do que a realidade morta de todos os dias, onde aprendem a obediência e o trabalho, onde devoram a vida como um suculento pedaço de carne, contra uma fome jamais saciada.
Há um brilho nos olhos da multidão dos simples, uma expectativa de futuros e intuições de liberdade, de onde nascem todos os encontros, lutas e melancolias, nos subterrânios da existência comum.
Nada conforma os despossuídos a este mundo de posses e disciplinas. Há em todos eles um mal estar cotidiano que desafia a ordem que sustenta os proprietários, que lhes impõe sacrificios diários ao deus dinheiro no aıtar do mercado.
Em todos os cantos da cidade há uma raiva contida, uma rebelião adiada contra a realidade maldita dos valores universais que beneficiam tão poucos. Uma hora a determinação será maior do que a esperança, e o fogo das novidades há de arder nas entranhas do capitalismo.
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