Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
domingo, 18 de setembro de 2022
RACISMO MODERNISTA
O mito das três raças, tão caro ao fascismo discreto da ditadura do Estado Novo, miturado ao nacionalismo pós romântico dos modernistas, inventou a mistura de raças. Mas no fundo, longe de expressão de uma singularidade de nossa formação social, tal mistura, ao ser romantizada, escondia a brutalidade de um racismo que, diferente daquele triunfante na América do Norte, não recorria a muros para produzir segregação. Partia, ao contrário, da promiscuidade, como estratégia de poder e consolidação de status e normativas de desigualdade e hierarquias inspiradas pela invenção do negro como o outro submisso da cultura hegemônica. O negro inventado pela cultura colonial é o que perdeu seu passado, o que não tem alma.
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