quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

A CRISE DOS DIREITOS TRABALHISTAS: UMA OFENSIVA NEO LIBERAL

Nunca fui simpático a Justiça do Trabalho, criada pela Ditadura proto fascista do Estado Novo e vocacionada a reduzir todo conflito trabalhista a uma questão corporativa, desvinculado da pretensão a qualquer projeto político e classista de transformação social.
Não foi para outra coisa além da tutela pelo Estado da organização dos trabalhadores que a chamada justiça do trabalho foi concebida para conciliar o interesse antagônico de dominantes e dominados, sempre em benefício da manutenção da ordem vigente.
Todavia, o esvaziamento contemporâneo da justiça do trabalho em tempos de desconstrução dos direitos trabalhistas, duramente conquistados pelas lutas históricas dos trabalhadores, pelo perverso consenso neo liberal, está longe de constituir uma superação  positiva do lamentável legado da era Vargas.

IMPASSES REPUBLICANOS

Desde o julgamento do mensalão, a corte suprema no Brasil sentiu-se entimada, pela espetacularização de sua própria atuação, a exercer o papel de poder moderador da república, judicializando a política nacional, atolada em uma grave crise estrutural e de representação.
 Das vertiginosas alturas de sua imponente torre de marfim, decorada por pompas e privilégios neo aristocráticos e corporativos, pretendeu nosso poder judiciário, através de sua suprema e arrogante corte,
frente ao fisiologismo e corporativismo do legislativo , capitaneado pelos apetites oligárquicos das elites regionais, e, diante de um executivo vocacionado ao autoritarismo centralizador de uma União Federal construída sob a fragilidade do pacto federativo,  impôr o positivismo legalista como medida de garantia jacobina da funcionalidade da república.
Tal solução, obviamente, só faz sentido em uma cultura republicana da qual o povo sempre esteve ausente, embora dele emane todo poder que em seu nome é exercido por poucos.
Se a judicialização da política demanda o aval de uma opinião pública cada vez mais indgnada , não dispensa os tradicionais e obscuros conchavos entre os três poderes para acomodar interesses e manter o equilíbrio entre seus privilégios e a autonomia dos seus domínios institucionais. 
Afinal, como todos sabem, é sempre necessário que as coisas mudem para que continuem como tal.
Mas nada disso fora pactuado com o partido militar, que desde a intervenção no Haiti, como força de pacificação, sentiu-se empoderado, e investiu em sua própria politização, reivindicando um protagonismo no jogo republicano que desde o fim da ditadura, parecia cancelado pelos pactos firmados durante o processo de redemocratização.
Resumidamente, há algo de podre nos palácios de nossa república em tempos de novos fascismos e sombria ofensiva conservadora.
O atlas da república segue o mesmo desde os tempos do Malho.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

DESOBEDIÊNCIA CIVIL

Onde importam hierarquias,
 poder e dinheiro,
não tenha boas expectativas,
e não espere por justiça.

Alimente revoltas,
seja desobediente
e se faça insurgente.

Imponha as autoridades
sua alternativa,
seu direito a ser gente.

O futuro será dos rebelados e amotinados
que não acreditam no sufrágio
e , muito menos, no diálogo.

Todo poder é inimigo do povo
e todo povo é inimigo do poder.
É sempre tempo de desobedecer.
 

sábado, 24 de fevereiro de 2024

SUPREMACIA BRANCA

Concluie-se dos livros de história:
Brancos matam
indígenas,  negros e pardos,
para o progresso da religião,
do Estado e da civilização.

Afinal, toda boa sociedade,
desde sempre,
tem como premissa
o princípio da dominação e da escravidão.

A humanidade, 
como todos sabem,
é para poucos.
Um privilégio para os fortes
 e bem nascidos.

Brancos sempre tem razão.
Assim sustenta o neo Darwinismo,
assim foi estabelecido pela  ordem divina
que inspira  a lei e a realidade deste mundo.

Só  há fatos e verdades
 no fascismo, racismo e fanatismo,
de nossa devoção a nação,
que um dia triunfará, em nome de Deus e da razão,
sobre a liberdade e o socialismo
que insita indígenas, negros e pardos a rebelião.

Não há governo que não seja branco,
que não seja justo.
Quanto a indígenas,  negros e pardos,
sabe todo bom cidadão e sábio:
 são mero caso de polícia.
Uma questão de extermínio ou prisão.







quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

AO INFERNO O G-20 E O CAPITALISMO

As portas fechadas
os 19 Estados do G20
conversam sobre o futuro do capitalismo,
a glória do Capital,
e fingem ter todas as respostas
aos dilemas da civilização ocidental .

Ruminam eurocentrismos,
indossam desigualdades
entropias e  neo liberarismos.

Assim, meia dúzia de engravatados
julgam ter o mundo
na palma da mão.
Mas são sempre afrontados
pela ruas em fúria.
Pela indignação e revolta
de furiosos protestos anti-globalização.

Ao inferno os G-20 e toda ordem mundial!


















POLÍCIA FASCISTA

A polícia julga,
condena, prende e mata
negros e pobres na pariferia.

Policiais são agentes de um Estado
cada vez mais terrorista.
Defensores do Capital,
dos ricos, dos políticos,
e de todos os poderes instituídos
e mantidos a sombra de suas milícias.

A polícia é racista e  nociva.
Instrumento de extermínio
e promotora de nossa cotidiana insegurança pública.

Oprime trabalhadores,
forja fragrantes, 
Intimida seus críticos,
e põe em risco qualquer avanço
da democracia.

A polícia é  fascista,
delinquente e assassina.
Não se importa com a lei
e com a ordem.
Mas decide quem vive e quem morre em nome do rei.




terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

AS COISAS QUE SOMOS NÓS

Monetarizaram nossas necessidades,
 Colonizaram nossa imaginação 
e escravizaram nossos corpos .

 Assim,  nos reduziram a coisas
 que produzem coisas 
para o bem estar das coisas. 

Pouco importam nossas necessidades ou vontades.
A maquina da vida  nos tritura e devora 
tal como somos: 
Coisas que apodrecem aos poucos
nas sufocantes paisagens de  um mundo morto feito de multidões de coisas em intercâmbio e movimento.



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

NOTÍCIAS DE JORNAL

O jornal nunca nos trará boas noticias.
Há de alimentar nossa frustração,
nossa indignação e revolta.

O jornal nos provoca.
Mas nossos protestos
são da boca pra fora.
Palavras ocas que não ganham as ruas,
nem quebram as vidraças da normalidade,
ou aliviam a miserável sorte
que nos devora dia após dia.


O jornal nunca nos trará boas notícias.
Pois somos incapazes de enfrentar a realidade,
de cuspir na bandeira nacional,
de exigir mudanças,
diante de tanta injustiça.

Estamos habituados a sofrer os fatos
calados pelo cansaço,
a sobreviver mutilados como gado magro
que morre abandonado no pasto
conformado a falta de solução.

O jornal nunca nos trará boas notícias
enquanto a gente não virar notícia
e aprender a gritar NÃO.








domingo, 18 de fevereiro de 2024

SUBVERSÃO

Não cultive governos,
não alimente o poder.
Nem confie em padres ou em policiais.
Organize sua raiva,
fortaleça sua  revolta.

Falta meio segundo
para o fim do mundo
e nada temos  a perder.

É hora de superar 
o amanhã
que aprendemos na escola.

É hora de indgnaçao,
de ousar transformar,
superar os limites da história
e produzir revolução.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

O FUTURO É NOSSA REVOLTA

Não haverá mais pactos,
soluções elitistas, 
golpes e consensos de Estado,
para perpetuar o desenvolvimento e progresso nacional.

Não haverá mais paz social
as custas da miséria e do silêncio de muitos.
Não sustentarmos a covardia de nenhum discurso moderado e  liberal.
Não seremos mais pragmáticos e equilibrados  aliados do conformismo de  classe média
que ignora a força de nossa miséria.


Inventaremos um povo
contra a república.
Construiremos um grito,
um futuro,
que não será escrito democraticamente 
por poucos.

Construiremos nas periferias
uma grande revolta,
uma insurreição diabólica
contra Deus, Estado e família.
Contra todo autoritarismo,
Racismo e elitismo,
que a todos nós
se impôs como absoluta e única memória. 
O futuro é nossa Revolta
a margem de todas as convicções e partidos. 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

VIVER BEM É UM DIREITO DE TODOS

Viver bem não é um privilégio consagrado
a meia dúzia de bem nascidos
e , muito menos, o estupido colorario de algum ideal meritocrático.

Viver bem é um direito
e uma necessidade de todos.
É a premissa de existirmos juntos e em sociedade,
uma questão de justiça,
contra o crime da propriedade
e contra a barbárie econômica que nos é  imposta por meia dúzia de capitalistas.

Viver bem é uma causa,
uma necessidade e uma busca.
É a principal razão da insessante luta dos que foram absurdamente condenados desde o nascedouro 
a miséria e ao trabalho,
marcados como gado,
em uma sociedade de exploradores e explorados.

Viver bem é o que nos leva a apostar em qualquer insurreição
que nos acorde outros mundos,
outra Razão
que nos liberte de vez  do consenso dos insensatos,
das mentiras dos politicos
e dos desígnios divinos que justificam toda forma de hierarquia, elitismo e opressão.

Viver bem é poder inventar a propria vida,
livre entre iguais.
É garantir que ninguém nunca mais  vai dormir
de barriga vazia
e  saber escutar, como qualquer animal,
a voz da natureza que fala dentro de nós.


















domingo, 11 de fevereiro de 2024

LONGA VIDA AOS INSURGENTES

Saúde aos indignados, 
desajustados e rebeldes,
que desafinam o coro dos contentes e conformados.

Longa vida aos inimigos de deus
e do Estado,
a todos os maus educados e desajustados.

Todo vigor do mundo aos jovens insurgentes, indecentes e amotinados,
de ontem,
de hoje, de amanhã e sempre.

Saúde aos que dizem não
e exigem a alternativa
de uma grande transformação.
Mil vivas aos filhos da nova imaginação.

Que o sol da revolta sempre brilhe  para os que diariamente ressignificam a vida
através dos sonhos,
aos que ousar inventar um amanhã.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

PIOR CENARIO POSSÍVEL

Os militares de volta aos quartéis sem dá palpite na política nacional, o STF se limitando a aplicação  da lei, sem se meter a bancar o "poder moderador", o legislativo diminuindo o fisiologismo, cada vez mais escancarado, e o executivo  desistindo de vez de sua vocação populista messiânica de hegemonia do poder central sobre a federação no pior estilo era Vargas .

Eis aqui quatro coisas que poderiam evitar uma futura crise profunda  de nossa Nova  República Velha que pode desaguar em ruptura institucional.

Como nada disso vai acontecer, depois de uma possível e iminente desconstrução da aberrância bolsonarista, o que nos resta é apostar, a longo prazo, na construção de um protagonismo das ruas, de uma política das multidões, que afirme a sociedade contra o Estado e uma cultura cívica da ação direta na contramão do consenso neoliberal em torno de uma vida cada vez mais precária e pacificada.

Antes disso, entretando, é  forte a possibilidade de sermos surpreendidos por um perigoso colapso da segurança pública que imponha uma "solução autoritária" estilo 18 Brumário francês. Enfim, o autoritarismo, entre nós, nunca saiu do menu e é um prato que se come frio.

Seguimos em um relacionamento abusivo com o poder....




quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

INSEGURANÇA PÚBLICA

Em nome do combate a violência
mata-se indiscriminadamente
delinquente, pobre e inocente.
Quase sempre negros.
Quase todos pretos.
As vezes mestiços.
A morte tem cor e classe social.

A polícia reprime e extermina.
Protege os ricos,
o Estado e o arbítrio.

Não há lei na periferia,
muito menos democracia.
A polícia defende o crime contra a vida em nome do Estado.
A miséria é perigosa.

HÁ ALGO FEDENDO EM NOSSAS VIRTUDES

Há algo de errado com nossas convicções e certezas.
Algo de podre na moral que arrotamos,
nas indignações seletivas
e, principalmente,
nas certezas de um bem
contra um mal
sustentado pelo jogo sujo da semiótica do claro e do escuro
ou por um deus soberano e sociopata.

Há algo que fede em nossas boas intenções,
no Estado Democrático de Direito
que forma tantos autoritarios,
racistas e demagogos filhos da nação.

Há algo de perverso em nossas virtudes
que mantém todas as injustiças e absurdos que tornam o mundo atual
um caso sem solução.

BOLSONARO E A INTENTONA CONSERVADORA

Sobre as investigações em curso no STF da intentona de extrema direita de 08 de Janeiro, é preciso que se diga que Bolsonaro, pelas tantas  arbitrariedades cometidas durante seu governo, merecia ter sofrido um impeachment. É o que teria acontecido em qualquer republiqueta minimamente democrática e menos oligárquica do que a nossa.
Fato é que hoje, na contramão de todo bom senso cívico, Bolsonaro segue ainda impune e continua conspirando  por um golpe institucional que inaugurei um novo periodo de asqueroso autoritarismo.
O fato de Bolsonaro ainda ser uma liderança política diz muito sobre os limites da democracia liberal.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

TODOS OS POLÍTICOS SÃO UM PERIGO

Todos os políticos são ridículos,
dissimulados e ambiciosos.
Estão sempre mentindo
e agindo em benefício próprio.


Todos os políticos são marfiosos.
Não importa a ideologia ou o partido.
Nunca confie, eleja ou respeite um político.

Todos os políticos são bandidos. Malandros ou um delinquentes,
amigos dos ricos e para os pobres inimigos.

Todos políticos são um perigo ao bem comum,
 candidatos a sangue suga do erário nacional.


domingo, 4 de fevereiro de 2024

A VIDA COMO PRISÃO

Cada um de nós
habita um cubículo,
uma casa ou apartamento.
Qualquer mísero canto de vida
que se converte em cela.

Somos reféns de rotinas,
rostos, contratos , famílias,
cartões de crédito,
identidades e senhas.

Somos cópias,
autômatos,
escravos da própria sobrevivência,
ignorando a indignidade de nossas identidades,
 nossa degradante submissão ao Sistema.

Cada um de nós habita uma cela.
Morremos todos em nossa prisão 
e  precisamos
de um pedaço de terra
para plantar ali nossa liberdade,
nosso não lugar no mundo,
ou, simplesmente, o lado de fora da nossa miséria.








sábado, 3 de fevereiro de 2024

$DINHEIRO$

Na modernidade tardia
não são produzidos mais objetos
para o  uso dos que podem comprar.

Tudo que se produz é dinheiro
que vira mais dinheiro
para gerar ainda mais dinheiro.

Além da produção,
do comércio e da exploração,
há o deus dinheiro
que não para de se multiplicar
e em tudo se transformar.

Só existe aquilo que é
através do dinheiro.
Só tem valor o que custa dinheiro
e só triunfa aquele que serve ao dinheiro.
Toda questão política, filosófica
e teológica é o dinheiro.