sábado, 11 de maio de 2024

ESPECULAÇÕES SOBRE A ORIGEM DA DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS

Nunca compreendi a diferença entre castas e classes. O argumento de que uma sociedade de classes permite certa mobilidade social sempre me pareceu falacioso.
 O mesmo pode ser dito sobre a tese de que a definição de classes corresponde a um lugar na vida econômica e produtiva, enquanto as castas correspondem a uma hierarquia cultural que define o lugar e papel de cada um em uma sociedade.
Em linhas gerais, a desigualdade como premissa da vida social nunca me pareceu tão racionalmente natural como pretendem estas definições teóricas tão serenas.
Nunca vi diferença significativa entre castas e classes. Ambas as categorias são expressão de relações assimétricas de poder que permeiam a associação entre os homens em termos de domínio e coerção.
Creio que tal desigualdade  deve ter se originado, em tempos muito remotos, de primitivas fantasias divinas sobre a ordem natural do mundo e sobre a possibilidade de termos algum controle sobre nosso destino coletivo através de alguns privilegiados indivíduos.
Tais especulações me levam aqui a insinuar que a ideia de que existem deuses acima de nós sustentou ou legítimou , desde muito cedo, a formação de elites, a consagração de  representantes destes mesmos deuses como líderes dentro de um determinado coletivo.
A desigualdade nasce do poder e o poder surge da religião.Esta é minha modesta tese sobre a legitimação da desigualdade. Não importa se em uma sociedade de castas ou de classes.
Fato curioso é que, até o industrialismo europeu, a desigualdade parece ter sido vista com naturalidade e aceita sem questionamento por todas as sociedades.


Nenhum comentário: