terça-feira, 31 de março de 2015

A HERANÇA MALDITA DO GOLPE CIVIL MILITAR DE 1964 E OS LIMITES DA DEMOCRACIA

50 anos depois, o golpe civil militar de 1964 parece ser ainda uma pagina aberta no imaginário tupiniquim. Seja como trauma ou, como nos surpreende agora, como bizarra alternativa conservadora a impopularidade de qualquer governo.

Se a memoria do golpe até pouco tempo oscilava entre o silêncio e o trauma, hoje, quando os arquivos da ditadura começam a ser abertos, e assistimos iniciativas saudáveis como “a comissão da verdade”, inventa-se em praça pública um pensamento conservador que banaliza o golpismo.

Vejo nesta sinistra novidade um sintoma da vitalidade do autoritarismo como um traço definidor  da sociedade politica tupiniquim. Afinal, seja entre os partidários da direita ou da esquerda, a democracia é mais um discurso do que uma cultura.

 Vimemos em uma sociedade onde o agir politico
 ainda é engessado pelas formas mais tradicionais de democracia indireta e o espaço público é dominado por elites ou oligarquias de poder que fazem do Estado um privilégio.

Assim, pode-se dizer que a ditadura de 1964 ainda nos assombra no sem rumo de nossa eterna transição democrática, no perpetuo caminhar para nenhum lugar, nesta democracia que ainda não foi capaz de inventar um novo tipo de Estado, inspirado em autenticas praticas democráticas, na participação e na transparência como principio do exercício do poder político.


Por enquanto, o fato é que vivemos ainda em uma república profundamente conservadora. 

Nenhum comentário: