O mais ridículo no discurso
fundamentalista evangélico é apresentar-se sempre como vítima de grupos
radicais ou minorias que “não entendem” sua profissão de fé. No que diz
respeito, por exemplo, a questões como casamento gay e descriminalização do
aborto, contra a afirmação de uma sociedade plural e realmente democrática, é
costumeiro o uso do argumento de que “direitos humanos é para todos”. Como se
tal premissa legitimasse seus
preconceitos ou simplesmente o direito de defende-los sem o menor pudor.
Antes de qualquer coisa é
totalmente descabido usar a bíblia como base moral aplicável a toda sociedade,
inclusive aqueles que não lhe tomam como referencia de qualquer autoridade.
Muito menos é sustentável a defesa de um
modelo caduco de família monogâmica partriacal
como um dogma contra a própria realidade social e cultural contemporânea
que estabeleceu uma diversificação das
formas de afetividade , laços pessoais e familiares que nos levam, ao
contrário, a uma transformação radical de toda estrutura familiar.
Não existe direitos humanos para todos quando alguns se
sentem no direito de impor a outros seus valores particulares excluindo ou coagindo o direito fundamental a
diferença. Isso é não só afirmar-se na contra mão dos fatos, como negar ao
outro o direito de ser e exercer sua diferença frente a um ponto de vista
particularista.
É claro que é necessário levar em
conta sobre este assunto que não se pode esperar que um fundamentalista
religioso entenda alguma coisa sobre o conceito de liberdade e de alteridade
visto que sua religiosidade é essencialmente totalitária e incompatível com a
ideia de uma sociedade onde a pluralidade e a diferença possam ser
institucionalizadas.
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