domingo, 3 de maio de 2015

EVANGÉLICOS E DIREITOS HUMANOS: A CARA DE PAU DO PRECONCEITO

O mais ridículo no discurso fundamentalista evangélico é apresentar-se sempre como vítima de grupos radicais ou minorias que “não entendem” sua profissão de fé. No que diz respeito, por exemplo, a questões como casamento gay e descriminalização do aborto, contra a afirmação de uma sociedade plural e realmente democrática, é costumeiro o uso do argumento de que “direitos humanos é para todos”. Como se tal premissa  legitimasse seus preconceitos ou simplesmente o direito de defende-los sem o menor pudor.

Antes de qualquer coisa é totalmente descabido usar a bíblia como base moral aplicável a toda sociedade, inclusive aqueles que não lhe tomam como referencia de qualquer autoridade. Muito menos é sustentável a defesa  de um modelo caduco de família monogâmica partriacal  como um dogma contra a própria realidade social e cultural contemporânea que estabeleceu  uma diversificação das formas de afetividade , laços pessoais e familiares que nos levam, ao contrário, a uma transformação radical de toda estrutura familiar.

Não existe  direitos humanos para todos quando alguns se sentem no direito de impor a outros seus valores particulares  excluindo ou coagindo o direito fundamental a diferença. Isso é não só afirmar-se na contra mão dos fatos, como negar ao outro o direito de ser e exercer sua diferença frente a um ponto de vista particularista.

É claro que é necessário levar em conta sobre este assunto que não se pode esperar que um fundamentalista religioso entenda alguma coisa sobre o conceito de liberdade e de alteridade visto que sua religiosidade é essencialmente totalitária e incompatível com a ideia de uma sociedade onde a pluralidade e a diferença possam ser institucionalizadas.

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