Mesmo as falas inúteis
que povoam nosso cotidiano possuem a desagradável pretensão a seriedade. Nas
situações mais banais, tudo que é dito e compartilhado precisa ser validado pelo
seu reconhecimento como verdade. Mas a verdade aqui não tem o sentido de o
oposto do falso. O discurso apenas demanda a cumplicidade do ouvinte. Eis a dinâmica
de qualquer dialogo cotidiano, seja na mesa de um bar ou em uma reunião de trabalho.
Cumplicidade é o
que cria o efeito de verdade, é sinônimo de respeito e identidade. Estabelece
um vinculo momentâneo entre as partes de um diálogo onde a diferença, quando se
manifesta, é um componente desestabilizador.
Ocorre, assim,
nas situações mais corriqueiras, uma espécie de banalização dos discursos e decadência
dos diálogos.
É para isso que nos
serve ainda a noção de verdade: distinguir os “aliados” dos “adversários”.
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