O problema das milícias não é uma questão nova no Rio de Janeiro. Antes de tudo trata-se de uma estratégia de poder construída à sombra da Polícia Militar e com articulações político partidárias. Não se resume a uma pretensa segurança pública privada, mas de uma verdadeira privatização de serviços, tráfico e mesmo roubo. Milícia é crime, mas se legitima e afirma nas entranhas do poder e da vida pública dominando territórios antes assombrados por traficantes. Mas o que realmente mais assombra é a relação perversa entre milícia e política que se cristaliza , inclusive, através do domínio de associações de moradores e ligações com grupos evangélicos.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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