Em tempos de crise generalizada da vida coletiva, impõe-se as consciências mais inocentes a elementar constatação de que o Brasil é um país que não funciona.
Podemos culpar os políticos por isso. E não estamos de todo errado ao faze-lo. Mas é todo um projeto elitista e excludente de cultura e sociedade que está sendo posto em xeque. Trata-se de constatar a fragilidade e a miséria de todos nós, tão acostumados a entender por ordem os absurdos e desmandos embutidos em relações de poder perversas, em uma estrutura jurídica que se afasta de qualquer ideal de justiça, em uma fome de lucro e sucesso que não mede consequências e, acima de tudo, na falta de discernimento de uma população acostumada a viver como uma manada.
O mais surpreendente é que coletivamente, mesmo feridos e cientes da gravidade da crise, insistimos a pensar e agir como bestializados. E é bom deixar claro que isto independente de opções ideológicas de direita ou esquerda. A miopia é a mesma.
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