Eis aqui uma
breve discrição da estupidez das convicções, da patologia do sentimento de
verdade que, em alguma escala, está presente em todos nós e nos isola uns dos
outros em ilhotas de significados fechados:
O outro sempre
será o melhor espelho dos meus defeitos. Suas fraquezas alimentam meu
julgamento, seus erros iluminam meus acertos, seus abusos me tornam justo,
simplesmente porque suas preferências não definem as minhas opções.
Entre o eu e o
outro existe sempre uma espécie de jogo onde me imponho como superior, como o polo determinante e positivo do antagonismo. A verdade será sempre minha versão. O outro é,
por definição, o erro, o defeito e o estorvo.
O outro nunca tem pleno direito a existência...
O outro nunca tem pleno direito a existência...