sexta-feira, 29 de março de 2019

O DRAMA DOS POVOS ORIGINÁRIOS



A conservação e delimitação das terras indígenas não diz respeito apenas a demarcação fundiária. Ela está relacionada à definição e manutenção de territórios, ao reconhecimento de um plano de imanência onde afloram praticas culturais, modos de vida. Também há a demanda de toda uma estrutura material de cuidados como educação diferenciada e atendimento médico. Trata-se de uma reparação histórica.

Os estados nações que se constituíram no continente americano, impondo sobre as tradições originárias seus marcos matérias e imateriais, promoveram massacres e sofrimentos cujas dimensões ainda não foram suficientemente estudadas ou precisadas. A extinção dos povos originários sempre foi uma tendência, uma fatalidade, até mesmo desejada por alguns que acham que lugar de índio é no museu. Os interesses do agro negócio, hoje mais do que nunca, alimentam este apetite predatório civilizatório com o qual os povos originários sempre foram confrontados. Durante muito tempo foram até mesmo tratados como incapazes e objeto de tutela estatal.  Atualmente são simplesmente negligenciados e quase ignorados, seja pelo Estado ou pela sociedade nacional.

Eis aqui mais um motivo para desprezar o Brasil, esta ficção coletiva a qual somos oferecidos como sacrifício no altar da soberania nacional.


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