A mitologia da identidade nacional silenciou durante muito tempo as micro
identidades e singularidades, o direito a diferença e a possibilidade de invenção
de si a margem das normativas universais.
A nova onda conservadora parece afirmar justamente esta repressão do
outro, aqui definido como o inteiramente estranho ao falso padrão coletivo. No
fundo, além dos muros do conservadorismo, reina um apelo a padronização, a
homogeneidade de consciências. Os micro fascismos existem dentro de cada um de
nós através de nossas convicções, através do prazer de “revelar a verdade”, “o
melhor caminho”. Mesmo entre aqueles que bradam contra o autoritarismo, existe
quase sempre uma centelha totalitária. Afinal, sempre estamos certos e os
outros equivocados. Consideramos preciosas nossas receitas de realidade.
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