O dia do trabalho deixou de ser no Brasil uma data de protestos e manifestações políticas.
A decadência dos sindicatos como entidades representativas dos trabalhadores, a precariedade das relações trabalhistas, contribuíram para o esvaziamento da data como marco das lutas populares.
Os partidos de esquerda também andam mais comprometidos com o jogo do poder do que com qualquer velho ideal revolucionário.
Alem disso, não vivemos mais em uma "sociedade de fábrica" onde a norma e a disciplina expressavam um modelo hierárquico de organização social que despertava ferrenha oposição entre os que ocupavam uma posição subalterna.
O dia do trabalho não é mais consagrado a revolta e reivindicações, pois, na sociedade atual, tudo é incerto e provisório, o medo define a pauta nacional. Vivemos agora em uma sociedade de dispersos, onde atônicos os trabalhadores tentam vislumbrar qualquer horizonte de medíocre sobrevivência. Ninguém acredita em dias melhores. O Capital e suas corporações dominam governos e, diante de um generalizado ceticismo, impõe a ganância como motor de um suposto progresso. O certo é que, se ele existe, será para poucos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário