quarta-feira, 15 de maio de 2019

JUVENTUDE, EDUCAÇÃO E MUDANÇA


Em 2017 foram divulgados os dados de uma pesquisa realizada no ano anterior pelo movimento TODOS PELA EDUCAÇÃO, no âmbito do projeto “Repensar o ensino médio”.


 Os resultados apontavam para um fato interessante: pelo menos 43% dos estudantes participavam, direta ou indiretamente, de movimentos sociais.  Nada surpreendente. Tradicionalmente, desde o pós Segunda Grande Guerra, os estudantes são no mundo ocidental  uma categoria social, que por suas próprias características, é mais aberta a engajamentos e mobilizações  contestatórias. Afinal, ser jovem é ainda não estar enquadrado, não participar do jogo social de forma plena e ativa. A marginalidade é o que caracteriza o jovem em relação a sociedade.

Quando se diz que a juventude é o futuro da nação, é importante esclarecer que isso não é verdade apenas pelo fato de que um dia os jovens serão adultos e estarão no comando. Mas, essencialmente, porque é vocação da juventude estabelecer descontinuidades, protagonizar rupturas, no eterno jogo da luta de gerações. Estar no comando nunca significa para a geração vindoura o mesmo que representa para a geração anterior.

Não é, portanto, apenas a educação, ou um modelo de educação critica, que torna o jovem contestador. A própria condição de jovem é um grande passo em direção a comportamentos rebeldes. A delinquência é vida, é superar tradições e inventar coisas novas. O conservadorismo, sempre na contramão do contemporâneo, nunca vence a guerra dos valores.
É importante reafirmar isso em tempos de conservadorismos e ataques a escola e a educação critica. Não é a escola que leva ao engajamento da juventude, mas a juventude que cria e mantem uma educação engajada.  


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