Em 2017
foram divulgados os dados de uma pesquisa realizada no ano anterior pelo
movimento TODOS PELA EDUCAÇÃO, no âmbito do projeto “Repensar o ensino médio”.
Os resultados apontavam para um fato
interessante: pelo menos 43% dos estudantes participavam, direta ou
indiretamente, de movimentos sociais. Nada
surpreendente. Tradicionalmente, desde o pós Segunda Grande Guerra, os
estudantes são no mundo ocidental uma
categoria social, que por suas próprias características, é mais aberta a
engajamentos e mobilizações contestatórias.
Afinal, ser jovem é ainda não estar enquadrado, não participar do jogo social
de forma plena e ativa. A marginalidade é o que caracteriza o jovem em relação
a sociedade.
Quando se diz
que a juventude é o futuro da nação, é importante esclarecer que isso não é
verdade apenas pelo fato de que um dia os jovens serão adultos e estarão no
comando. Mas, essencialmente, porque é vocação da juventude estabelecer
descontinuidades, protagonizar rupturas, no eterno jogo da luta de gerações. Estar
no comando nunca significa para a geração vindoura o mesmo que representa para
a geração anterior.
Não é,
portanto, apenas a educação, ou um modelo de educação critica, que torna o
jovem contestador. A própria condição de jovem é um grande passo em direção a
comportamentos rebeldes. A delinquência é vida, é superar tradições e inventar
coisas novas. O conservadorismo, sempre na contramão do contemporâneo, nunca
vence a guerra dos valores.
É importante
reafirmar isso em tempos de conservadorismos e ataques a escola e a educação
critica. Não é a escola que leva ao engajamento da juventude, mas a juventude
que cria e mantem uma educação engajada.
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