domingo, 30 de junho de 2019

UM PAÍS SEM FUTURO

Nunca estivemos coletivamente próximos  de qualquer possibilidade de futuro. O passado sempre foi nossa grande prisão. Isso explica os limites do tempo presente e a ausência  de alternativas. 

Desde sempre a desigualdade é  a marca de nossa sociedade e o autoritarismo elitista sua face política.

POR ONDE ANDAM OS REVOLUCIONARIOS?

No Brasil, respeito e dignidade são  artigos de luxo para quem pode comprar.

Dinheiro e poder andam juntos de um modo vergonhoso e a própria justiça  tem cheiro de corrupção. 

Ser pobre no Brasil é  estar a margem de toda possibilidade de felicidade. Mesmo assim, muitos se iludem com soluções  conservadoras e neoliberais.

Muitos amam a ordem que lhes oprime e castra. Mas como condena-los sem ressalvas,  quando o campo de esquerda e progressista se limita ao populismo e a hipocrisia, não  passando de uma direita envergonhada?

No plano da política institucional e vocações  partidárias, todos defendem a ordem vigente. Todos falam em nome do capital. Carecemos hoje de revoltados, de fúria insurrecional. Não  há  esperança de futuro  sem rupturas e descontinuidades com nossa história recente.

SOBRE POLITICA E MULTIDÃO

A política não  se define pela decadência  da esfera pública personificada pelo verticalismo e autoritarismo do republicanismo moderno.

A política  não  se resume ao jogo de poder, aos partidos políticos ou a fantasia dos direitos jurídicos.

A política  é  muito maus do que isso. Ela é  a potência  da multidão.

POLÍTICOS & POLÍTICA



O Brasil dos políticos é o país dos privilégios e da hipocrisia. Nele, cada cabeça é  um voto sem opinião.


A República  não passa de uma ilha da fantasia para o entretenimento de elites.


Para tanto, os políticos sabem um país  sem multidão,  onde todo absurdo ato  de poder é  feito em nome do povo e a favor de corporações.

Os políticos fazem da política um ato criminoso contra a população. 


Nunca confie em políticos.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

REDES SOCIAIS E OPINIÃO PÚBLICA



Nas redes sociais, cada um de nós é reduzido a um avatar. Tal persona é muito mais coletiva do que pessoal, pois tem como principio mimese e replicação. Mesmo quando gera conteúdos, nosso avatar esta condicionado a reafirmação e reprodução de "palavras de ordem" e tagarelice de boiadas.

Definitivamente, quanto mais sincero ou autêntico alguém procura ser em suas intervenções em uma rede social, mais irá se aproximar de uma caricatura de si mesmo. Algo facilmente enquadrável em qualquer rotulo banal.

Cabe questionar ao que foi reduzido a tão cara “opinião pública” em tempos de manipulação midiática e novas tecnologias de controle.  

terça-feira, 25 de junho de 2019

DILMA, TEMER E BOLSONARO


Dilma, Temer e Bolsonaro... Depois destes três desastrosos ocupantes ninguém leva mais a sério a presidência da Republica. Agora, já não são apenas os escândalos e fisiologismos do congresso nacional que expõem a falência do sistema político vigente. É a mediocridade pessoal, intransferível, daqueles que ostentam a faixa presidencial, que nos impõe um modelo indecente de governança e incompetência institucionalizada.

Dilma, Temer e Bolsonaro.... Depois deles nunca foi tão provável o enterro oficial do nosso falido presidencialismo., mesmo certos de que o pior da realidade politica tupiniquim  está sempre por vir.


O INACEITÁVEL


O inaceitável povoa nosso cotidiano. Não como uma premissa moral ou normativa, mas como um testemunho de barbárie, de ausência de civilidade.

Somos uma coletividade de apetites vorazes, um amontoado de criaturas carentes e confusas que apenas tentam sobreviver. Acreditamos todos em nossa própria razão, mas é a desrazão que socialmente produzimos.

O inaceitável esta dentro de nós como uma premissa de nossas sociabilidades.


terça-feira, 18 de junho de 2019

É PRECISO DESFAZER O BRASIL

Até que algum dia se prove o contrário, o Brasil  é um grande vazio existencial. Um território de misérias e agonias, onde a morte se afirma como a grande indústria nacional.

Definitivamente, precisamos desconstruir o Brasil, desfazer este grande desfeito de Pedro I, sob o espectro colonial.

sábado, 15 de junho de 2019

HOMEM COMUM

Existo para o vazio,
Para o dia de hoje
E para o absurdo seguinte.
Persisto numa rotina,
Num modo de ser gado,
De me conformar a lei,
A política e a ordem pública.
Sou inapto ao exercício de mim mesmo.
Não estou a altura das minhas necessidades.

CONFORMISMO

Nenhum sonho,
Nenhum futuro,
Nenhuma ousadia...

Nos reduzimos a escravos do presente,
viciados no efêmero.
Buscamos apenas a sobrevivência diária.
Nada mais do que isso.

Nos tornaram pequenos e descartáveis.
Medíocres e pragmáticos.

Roubaram de nós todo brilho do mundo,
Toda indomável ânsia de vida.

Nos impuseram a esperança vazia
De qualquer ilusão nacional.

ÁUDIOS INDISCRETOS

Em 1994, o então ministro da fazenda Rubens Recupero, foi derrubado pelo vazamento de declarações no intervalo de uma entrevista. O episódio ficou conhecido como o escândalo da parabólica. Não tinha feito nada mais do que um comentário realista sobre estratégias de governança.

Nos últimos anos vazamentos de áudios se tornaram um espetáculo a parte na história recente do país. 
Em tempos de inédita investigação de casos de corrupção, a manipulação da opinião pública é uma arma importante no jogo do poder. 

A exploração sensacionalista de áudios vazados, sempre fonte de fake news e interpretações diversas, embaralham verdade e mentira na disputa de narrativas. Isso faz parte do ardil do jogo político contemporâneo e suas disputas.

No fundo estamos falando mais de uma estratégia de manipulação de massa do que de qualquer esclarecimento da "verdade" a luz da moral vigente.

No fundo, é a sincera e indiscreta exposição do privado que revela os bastidores do público. 

Não existem santos na cena política nacional. Todos são demônios. Caso nos fosse possível saber tudo o que acontece privadamente no mundo do poder, teríamos uma revolução no dia seguinte onde todos os políticos e autoridades seriam guilhotinados por uma multidão furiosa.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

O CENTRÃO E A MISÉRIA DO PARLAMENTO

Enquanto personificação do mais franco fisiologismo, o chamado "centrão" é expressão da falência do sistema político tupiniquim no parlamento. 

Nenhum governo, entretanto, governa sem eles. Mas chega a assustar a falta de compostura, seriedade ou, simplesmente, educação, destes políticos não representam ninguém.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

DELÍRIO E SOCIEDADE


A realidade muda ao sabor das opiniões. Não existe, definitivamente, um mundo comum, mas um fabulário particular que define a realidade de cada indivíduo. Através dele cada um  externa suas neuroses e fixações. O que existe é uma espécie de delírio coletivo que ainda chamamos de  estado de sociedade. Afinal, por mais narcisista que seja  uma representação do real, ela é socialmente produzida, encontra eco na fantasia de algum vizinho ou colega que opera na mesma frequência. Assim, vamos organizando nossos delírios coletivos a partir de nossas afinidades patológicas.    

PELA RADICALIDADE DA DEMOCRACIA



Em um país conservador como o  Brasil, democracia e liberdade são palavras ocas. Não afetam consciências e não mobilizam multidões. Enfeitam livros, leis e discursos demagógicos e ilusões utópicas.

A democracia não chega ao cotidiano do cidadão comum, sempre sem lei, direitos ou dinheiro. A democracia só funciona para aqueles que mandam e orbitam interesses corporativos.

Ao cidadão comum, abandonado a própria sorte, resta apenas o desafio de transformar o mundo e a politica, de converter-se em multidão criadora, As ruas em chamas permanecem como o caminho para uma outra democracia. É preciso quebrar a reotina, mudar o cotidiano, contra aqueles que roubam o poder do povo.


terça-feira, 4 de junho de 2019

ALTERIDADE E CIVILIDADE

A alteridade é a medida da civilidade. Onde o outro é objeto de preconceitos, a sociedade é doente na compulsão ao julgamento público.

O culto da normalidade cria a ditadura da verdade, transforma todos em escravos do juízo e vítimas do totalitarismo da razão.

Civilidade é poesia e sensibilidade. Ela é feita de bons afetos e da composição dos corpos  na invenção da liberdade.