segunda-feira, 1 de julho de 2019

POLARIZAÇÃO POLITICA E DECADÊNCIA OLIGARQUICA


Desde o impeachment da Dilma, após a acirrada disputa entre PT e PSDB no segundo turno das eleições de 2014, estabeleceu-se no país a hegemonia de duas narrativas antagônicas sobre a conjuntura nacional e suas perspectivas.  

Por um lado,  há o relato lulo petista que alude a um suposto “golpe” institucional, patrocinado por uma conspiração direitista contra um governo dito popular, e, por outro, um relato que, por sua vez,  atribui aos sucessivos governos petistas, a responsabilidade pela  crise politica e econômica que assola o país.

Todas as análises e avaliações sobre a vida politica nacional, inclusive aquelas que definiram o debate eleitoral de  2018, permaneceram  refém deste binarismo hegemônico. O mesmo se dá com os debates e posicionamentos em relação ao atual governo.

A hegemonia destas narrativas simplistas, de natureza pragmática eleitoreira, não parece perder fôlego. Principalmente em um cenário de desgaste dos partidos e lideranças políticas tradicionais, desfavorável ao surgimento de novos atores e pautas. A mediocridade do debate politico ganha ainda mais substancia diante de um governo francamente ideológico e sem propostas.

A polarização pode ser interpretada como um reflexo desta estagnação e decadência dos atores políticos coletivos e individuais  associado a crise de representação e da própria república ou, ainda, do atual modelo politico.  

  


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