segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

AS PROMESSAS ELEITOREiRAS E AS DURAS REALIDADES DOS GOVERNOS POSSÍVEIS

Vamos ser sinceros, ninguém é ingênuo ao ponto de pensar que qualquer governo cumprirá suas promessas de campanha. E não importa muito as justificativas para não faze-lo depois de eleito. Não cumpli-las é praticamente um atestado de demagogia. Mas a demagogia não é  exatamente a alma de qualquer campanha eleitoral?  
Os eleitores, afinal, são induzidos a  votar como quem compra um sabonete no supermercado e, em tempos de algoritmos e novas tribos, tudo é markinting , propaganda e maquiagem. No fundo, são apenas negócios...
O fato é que o baixo nível das campanhas eleitorais no Brasil dos últimos anos cresceu proporcionalmente ao reducionismo dos discursos a rasa polarização ideológica que tenta por todos os meios, paradoxalmente, promover o adversário a cabo eleitoral. Ambos os lados afirmam: Ou eu ou ele ( leia-se "ele" como caos e retrocesso). É tudo questão de ser convincente fazendo do outro o bode expiatório. A realidade pouco importa e tudo tem jeito, tudo é possível, nas narrativas sorridentes  de campanha.
 No governo, ao contrário, tudo é difícil. Os dirigidos logo percebem as contradições de seus dirigentes e cada nova eleição parece ser quase sempre uma tentativa para corrigir o resultado da eleição anterior. 
Então, quando aponta-se os limites das promessas de campanha de um governo, questiona-se, no fundo, a própria ideia de governo. Desdenha-se da restrita esfera publica  definida pelo poder institucionalizado por poucos e pelos discursos baratos.  Zomba-se, assim, do governo como um arranjo de interesses, como  um grande teatro, um simulacro, onde  facções oligarquicas fazem do trato da coisa público um grande e lamentável espetáculo que nos custa, aliais, muito caro. 
Todo governo quebra promessas e,quase o tempo todo, mente descaradamente.
Não é a toa que não nos cansamos de,  em toda eleição, afirmar nossa abstenção como premissa de construção de um outro caminho, de apontar para necessidade de alternativas ao falido e desfuncional sistema político de nossa nova república velha.

AGORA NÃO VALE DIZER QUE NÃO PROMETEU QUE É FEIO...


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