Os eleitores, afinal, são induzidos a votar como quem compra um sabonete no supermercado e, em tempos de algoritmos e novas tribos, tudo é markinting , propaganda e maquiagem. No fundo, são apenas negócios...
O fato é que o baixo nível das campanhas eleitorais no Brasil dos últimos anos cresceu proporcionalmente ao reducionismo dos discursos a rasa polarização ideológica que tenta por todos os meios, paradoxalmente, promover o adversário a cabo eleitoral. Ambos os lados afirmam: Ou eu ou ele ( leia-se "ele" como caos e retrocesso). É tudo questão de ser convincente fazendo do outro o bode expiatório. A realidade pouco importa e tudo tem jeito, tudo é possível, nas narrativas sorridentes de campanha.
No governo, ao contrário, tudo é difícil. Os dirigidos logo percebem as contradições de seus dirigentes e cada nova eleição parece ser quase sempre uma tentativa para corrigir o resultado da eleição anterior.
Então, quando aponta-se os limites das promessas de campanha de um governo, questiona-se, no fundo, a própria ideia de governo. Desdenha-se da restrita esfera publica definida pelo poder institucionalizado por poucos e pelos discursos baratos. Zomba-se, assim, do governo como um arranjo de interesses, como um grande teatro, um simulacro, onde facções oligarquicas fazem do trato da coisa público um grande e lamentável espetáculo que nos custa, aliais, muito caro.
Todo governo quebra promessas e,quase o tempo todo, mente descaradamente.
Não é a toa que não nos cansamos de, em toda eleição, afirmar nossa abstenção como premissa de construção de um outro caminho, de apontar para necessidade de alternativas ao falido e desfuncional sistema político de nossa nova república velha.
AGORA NÃO VALE DIZER QUE NÃO PROMETEU QUE É FEIO...
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