A desigualdade é uma criação ocidental,
um dispositivo moderno e colonial
para sustentar privilégios,
Justificar disciplinas
e hierarquias.
A desigualdade é o que faz do trabalho
um modo de roubar a vida,
a dignidade e a razão
das multidões que padecem
nos labirintos urbanos.
A desigualdade é inerente ao capitalismo,
a riqueza de poucos arrancada de muitos,
Justificada e mantida pelo Estado
e pelo arcabouço jurídico que sustenta a ordem estabelecida
acima de qualquer noção de justiça.
A desigualdade é a fome,
a banalização da morte,
a ditadura da necessidade
imposta pela opulência dos bem nascidos
que tanto exploram os excluídos.
A desigualdade é o paraíso dos ricos
e o inferno dos pobres.
É o que condena a maioria de nós a maldição de viver de labor e salário
para o benefício de tão poucos
que vivem de rendas, heranças e títulos.
A desigualdade é um artifício maldito
a ser sempre combatido e rejeitado
pela multidão de despossuídos e explorados.