A alcunha de cidade maravilhosa dada ao Rio de Janeiro, originou-se de uma marchinha do carnaval de 1935 composta por Andre Filho e inspirada em um programa de radio de então chamado “Crônicas da Cidade maravilhosa”.
Se certamente à época, a então capital federal já não era nenhum paraíso, pode-se hoje perguntar se podemos sustentar tão ridícula associação de uma cidade cujo cotidiano rima melhor com catástrofe do que maravilha... Nas paisagens cariocas, o que vemos é demasiada violência urbana, uma população de semi selvagens, péssima qualidade dos serviços públicos e qualquer silenciosa futura barbárie a se insinuar sob os telhados... Quem hoje ainda anda sem medo pelas obscuras ruas dessa pretensamente maravilhosa cidade ou suporta um acorde de bossa nova sem pensar nas incertezas de seu próprio cotidiano. Nele, afinal, não cabem besteiras sobre o amor e o mar.
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