O debate político tupiniquim já foi reduzido à um jogo barato entre narrativas ideológicas vazias e grandes golpes midiáticos. Reduzida a política a um grande circo de horrores nada mais natural do que a espetacularização da prisão de políticos corruptos. Trata-se de um simbólico golpe às oligarquias de poder em um cenário onde se estabeleceu um verdadeiro abismo entre sociedade política e sociedade civil. Por mais excessiva que seja a ação do judiciário, em um república das bananas que nunca foi de punir políticos corruptos, é preciso também considerar a reação conservadora e coorporativa dos políticos profissionais contra qualquer ameaça ao atual status quo. Em tempos de crise republicana, um pouco de caos e golpes de força é uma consequência no mínimo previsível no embate entre o judiciário e os demais poderes. Um judiciário que no momento propício também será questionado. Que a sociedade civil não apenas comemore as prisões que tendem a se multiplicar alimentando catases midiáticas, mas se mobilize frente a calamitosa desqualificação da política promovida pelos ditos representantes do povo. O poder está nu....e virou caso de polícia. Mas precisamos também de uma resposta da sociedade que aponte para radicalização da democracia à margem de todos os partidos e políticos.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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