Até os anos oitenta nos
reconhecíamos como um miserável país subdesenvolvido perdido nos trópicos. A
partir dos anos noventa, fomos convertidos a país em desenvolvimento ou
emergente e passamos a realmente acreditar que um dia seriamos de “primeiro
mundo”, considerando a hierarquia estabelecida nos tempos da guerra fria. O
“segundo mundo” era composto, evidentemente, dos países do chamado socialismo
real. Com o seu fim, obviamente, a humilhante
categoria de “terceiro mundo”
também perdeu o sentido. Nada disso, entretanto, alterou o fosso econômico e
cultural que separa os países ditos desenvolvidos de países de duvidosa
condição como o Brasil e outros bagulhos espalhados por este triste planeta
azul.
O ufanismo e o nacional desenvolvimentismo,
desde a era Vargas, tornou-se um
consenso perverso não só entre os acadêmicos, como também entre os
populares que aprenderam o malabarismo
de sempre apresentar o atraso
como virtude. Desta forma, apesar de toda a barbárie que define o cotidiano
tupiniquim, sempre falará mais alto o paradisíaco de seu território e o suposto
encanto de sua cultura.O nacionalismo é a melhor maneira de arrancar de uma
população a capacidade de indignar-se com todos os absurdos que definem seu
país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário