terça-feira, 3 de janeiro de 2017

UMA SOCIEDADE DE INDIVÍDUOS

A hipótese anarquista de uma sociedade onde as pessoas sejam capazes de gerir sua própria vida, sem relações verticais ou coercitivas, pode parecer para muitos um utopismo ingênuo. Mas se assim o fosse teríamos que admitir a mediocridade do animal humano, condenado a prisão de suas fantasias  coletivistas, vaidades e ambições sem sentido que sempre tendem ao totalitarismo.

Relações societárias são construídas e não algo dado. Na medida em que nos tornamos mais conscientes de nós mesmos, de nossa individualidade, em uma cultura cada vez mais complexa e reinventada pelos artifícios tecnológicos, somos cotidianamente desafiados a dar respostas novas a antigas questões. Como disse certa vez o poeta Murilo Mendes, o Homem é um ser futuro. E não há utopismo em identificar uma tendência à sofisticação da consciência individual e oposição a racionalidades coletivistas.


Pode-se ponderar que tal tendência , mesmo se reconhecida, ainda é muito distante da realidade de lugares como o Brasil cujos valores culturais primam pelo arcaísmo e pelo autoritarismo. 

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