Vivemos em uma sociedade de
consumo e o acesso ao mundo, ao próprio tempo presente, depende de muitas
maneiras de nosso poder aquisitivo. Neste
sentido, a maior parte da população vive a margem do tempo de agora, seja
material ou intelectualmente. As compras do mês de produtos ordinários em uma
rede popular de supermercado são sua maior preocupação. Esta é uma das formas
invisíveis do arcaísmo que define o
Brasil e sua falta de horizonte cultural.
É fato que o consumo qualificado
de tecnologia e cultura permanece a margem da esmagadora maioria dos brasileiros,
cuja formação intelectual deixa incrivelmente a desejar. Mas se há uma coisa que as elites econômicas e seu rebanho tem em comum é a falta de horizonte cognitivo, a
incapacidade de perceber as questões do tempo presente sem tomar como critério o
pequeno mundo que gira em torno do próprio umbigo. A miséria do consumo
nacional atinge também as elites. Não por privação, mas por absoluta ignorância.
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