As coisas de governo não são, a
rigor, matéria exclusiva dos profissionais da política, mas interesse de todos.
Deixar os rumos da vida social a mercê do Estado e das autoridades é legitimar
a autocracia como princípio velado da vida pública. Infelizmente, o elitismo
característico do jogo do poder reduz a maioria da população a condição de
massa amorfa e passiva, incapaz de participar ativamente dos rumos de sua própria
existência coletiva. Deste modo, somos todos cúmplices dos abusos praticados
pelos profissionais da política. Garantimos as condições necessárias a toda
forma de corrupção e poder abusivo por nossa passividade. Não nos reconhecemos
como sujeitos da vida pública ou como atores de uma sociedade politica.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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