A possibilidade de estabelecer uma
sociedade politica onde a vida pública seja autenticamente uma construção do bem comum é um ideal ainda muito distante do nosso cotidiano.
Em parte
a sociedade contemporânea representa uma decadência da cultura politica da
modernidade e suas instituições. Afinal, reduzida a simples exercício de relações
de poder e controle, a politica perde sua relação com a vida e o bem estar
coletivo. Torna-se um privilégio oligárquico diante do qual a maioria da
sociedade permanece indiferente ou até mesmo avessa. A passagem do “estado
territorial” ao “estado de população” baseado no governo dos homens, para
lembrar Foucault, produziu uma espécie de animalização, de controle da vida, que parece contradizer a própria ideia de uma
sociedade politica tal como os gregos antigos a conheciam e inspirou na
modernidade as pretensões a praticas totalizantes de existência e individuação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário