A violência é um fenômeno que revela
o quanto uma sociedade falha. Não importa se promovida pelo Estado, através do
exercito ou da polícia, ou por milícias de criminosos, ela é sempre expressão
de barbárie, uma ausência de civilidade. Afinal, o esforço coletivo de uma
sociedade visa acima de tudo a preservação da vida e a construção de uma esfera
publica onde os conflitos e tensões possam ser superadas por sempre provisórios
consensos. Neste sentido, a violência é desastrosa do ponto de vista da sociedade. Mas
é também, paradoxalmente, através dela que a própria sociedade, não raramente,
se mobiliza em resistência aos arbítrios e abusivos patrocinados pelo Estado. A
relação entre Sociedade e Estado, quando mediada pela violência traduz um
conflito que coloca em jogo a própria estrutura normativa desta sociedade, sua
desfuncionalidade.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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