sexta-feira, 29 de junho de 2018

FALÊNCIA NACIONAL

Nos últimos anos, em meio a constantes escândalos de corrupção e debates ideológicos lunáticos, aprendemos finalmente a não levar o país a sério. 

Vivemos em um misto de hospício, presídio e circo. Nosso espaço público é como uma piada contada em um precipício.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

UM PAÍS DE IMBECIS


Um país de imbecis se faz com otimismo ufanista, com moral e cívica e muito futebol.
Um país de imbecis se faz com voto na urna e televisão.
Um país de imbecis se faz com fé: deus, pátria e família.
Um país de imbecis se faz com partidos, igrejas e grupos de amigos da ordem e dos bons costumes.

terça-feira, 26 de junho de 2018

QUEM GANHA?

Quem ganha com a copa do mundo, com o jogo eleitoral, com a eterna crise da educação, da saúde, com a infração , e tantas outras mazelas que nos definem o cotidiano?

Eis a questão que realmente importa. Há quem viva de todos estes caos, quem depende dele para ter sucesso...

Nosso sofrimento é sempre a riqueza de alguém.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

TODO POLÍTICO É FAKE


Não há mentira maior do que a realidade do poder.
Fake news são apenas espuma,
Falsa questão,
Em tempos em que a política
se tornou duvidosa.

Ofenda políticos contra o grotesco de suas práticas,
Desta farsa discursiva tão característica dos jogos de poder e Estado.

A política é uma linguagem diante da qual todo político não passa de um analfabeto funcional que inventa politicagens.

NÃO VOTE. LUTE!



O voto e as eleições estão longe de realizar a democracia. Apenas afirmam o domínio aristocráticos de maquinas partidárias das quais somos conformados reféns.

Os políticos não nos representam. Vivem de seus interesses legitimados pelo monopólio do poder de Estado e de seu poder econômico.

Não seja refém destes miseráveis mestres do espetáculo patético da pseudo representação.

Não vote. Faça do seu cotidiano um ato de responsabilidade pela sua própria vida. Além dos currais eleitorais é possível reinventar a vida pública afirmando indignações contra a ordem absurda dos poderes públicos e suas ilusões de representação.

O TIRO MATA!


Na periferia o tiro mata.
Não importa a origem,
O objetivo ou o motivo.
O tiro mata como se fosse loteria.
Mata qualquer um.
Seja bandido, policial ou inocente,
O tiro mata.
Não resolve.
Mata!
E a morte é o que define
Uma guerra que define a ordem
Que não funciona.

MOBILIDADE URBANA

A saúde de um espaço urbano é dada em grande medida pelas suas veias, pelo fluxo de pessoas e coisas. Toda cidade é movimento.

Uma cidade em que locomover-se é um tormento é uma cidade doente. Nossas relações e experiências espaciais em um dado território urbano definem a qualidade de vida de uma população.

Quanto mais dramática a locomoção, mais precário é nosso existir coletivo. Isso diz respeito desde a precariedade da logística viária, do preço e qualidade do transporte urbano, até a simples segurança do transitar.

Cidades como o Rio de Janeiro são por isso desastrosas do ponto de vista dos fluxos urbanos, das necessidades vitais e práticas de cidadania enquanto habitar a cidade.

sábado, 16 de junho de 2018

UM PESADELO CHAMADO BRASIL

O Brasil é um pesadelo social. Podemos individualmente inventar nossas vidas, estabelecer estratégias de sobrevivência. Mas, do ponto de vista coletivo, nos deparamos com arranjos políticos, econômicos e culturais que garantem o sucesso de poucos. 
O país é uma espécie de máquina de produção de desigualdades e poder para infinita prosperidade de elites.

O Brasil é um lugar horrível para se viver. Basta frequentar as redes sociais para perceber o quanto. Nem mesmo a rebelião por aqui possui fundamentos civilizatorios. As pessoas se quer são capazes de ter opinião.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

FILOSOFIA DOS BOLETOS


Vivemos em uma sociedade de consumo.  Somos medidos e definidos pelo nosso poder aquisitivo. Ele define onde você mora, o que você come, seu grau de instrução, hábitos e sensibilidades possíveis.

Todos nós que sobrevivemos de salário somos, entretanto, menos do que consumidores. Somos individados por natureza. Mesmo aqueles que pagam suas contas em dia. A dívida vive de seu eterno retorno contra as nossas vidas. Eis a mais sutil estratégia de controle social: a democrática ditadura do boleto.

A maior parte do nosso salário sempre será investida na quitação de débitos mensais, na agonia mortal de reproduzir até o absurdo nossa cotidiana miséria existencial.

SOBRE COPA DO MUNDO

A copa do mundo é um acontecimento midiático dedicado ao consumo, ao lucro de poucos, com a manipulação das paixões coletivas.
Não é sobre competição, nacionalismo ou qualquer outra bobagem bélica. É tudo sobre dinheiro, poder e controle.
A ilusão da bola inventa almas mortas.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

O MESMO DE SEMPRE DE TODO GOVERNO

Desde a redemocratização,  o amadorismo circunstancial imposto pelos acordos políticos de governabilidade limitam a pauta do poder executivo. 

As políticas governamentais são definidas, em grande medida, pelo loteamento dos ministérios e pelas inércia burocráticas. 
Os macro projetos de governo nunca são executados como idealizados e a administração pública segue a deriva e ao sabor das conjunturas.

Não há candidato eleito que cumpra o prometido de campanha. A realidade de governo, norteada por acordos e falcatruas, não permite compromissos sérios com a sociedade.

Os governos vivem de maquiar uma rotina burocrático administrativa sempre esfaqueada de quatro em quatro anos. Os problemas estruturais e pautas continuam sempre as mesmas: saúde, educação e segurança, reformas e transparência. Assim segue, constantemente renovado, o velho enredo.

domingo, 10 de junho de 2018

CONFORMISMO

Vivemos entre a indiferença e a angústia.
Os dias semeiam incertezas.
Mas rimos do futuro.
Confiamos na nossa confiança
Cultivando a mais franca ignorância.
O desastre será sempre depois de amanhã.
Trabalhe e tenha fé,
Ignore o caos passando pela janela.
Há sempre um pouco de samba e algum futebol decorando o dia através da televisão.

sábado, 9 de junho de 2018

O TRÁGICO DESTINO ELEITORAL



As eleições de 2014  e 2016 afirmaram a tendência ao voto nulo como uma sincera expressão de ceticismo nas alternativas institucionais. Pode-se mesmo dizer que a porcentagem de indecisos, vítimas da chantagem barata do voto útil, seja de esquerda ou direita, foi decisiva na definição desses dois últimos pleitos eleitorais.

Independente disso, já não é fácil apostar no jogo político como arena de mudança para as mazelas nacionais. Os políticos são parte do problema e não dá solução. Isso independe das candidaturas vitoriosas. Já sabemos que os eleitos nada farão de substancialmente positivo pelos seus eleitores. Afinal, é a própria republica que se apresenta como uma construção condenada à sucumbir sobre suas próprias estruturas.

O futuro, definitivamente, não está nas urnas. Mas não somos ainda capazes de vislumbrar o novo de instâncias cada vez mais diretas de deliberação e organização da sociedade. Estamos condenados a ir do ruim ao pior a cada nova eleição,  legitimando os políticos e partidos que nos condenam a ditadura do sempre igual.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

MISÉRIA ASSALARIADA



Esta miserável vida de assalariado não me faz digno da existência.
Meu trabalho me anula e mata.
Qualquer emprego é apenas o outro lado da medíocre condição de consumidor.
Vivo para pagar contas e adquirir coisas que me consomem.
Vivo para não viver e tenho inveja dos animais de rua.

Existo para e através do dinheiro como quem não vive.

A MIOPIA DO PENSAMENTO



A miopia do pensamento é o que define o imaginário nacional.

No Brasil não há horizontes de pensamento, vertigens de abismos. Imperam as afirmações positivas, a confiança em qualquer solução tosca, ou seja: ufanismo nacional desenvolvimentista, salvadores da pátria,(populistas, ditadores e falsos revolucionários) planos econômicos, empreendedorismo, livre mercado,  milagres, esoterismos, etc. Acredita-se em qualquer coisa menos no obvio e gritante fracasso nacional que cada vez mais se expande em todos os tempos e direções.

Negar o obvio é o que nos mantem coletivamente escravos de nossas mazelas.


AFINAL, O QUE É O DEVIR?

Inútil dizer como a vida deveria ser, pois ela sempre será como somos.
O devir se impõe aos fatos através dos atos. Ele é história, mas não é histórico. O devir é o meio das coisas,  acontece através de tudo que nos afeta. É a construção de um plano de imanência.



AS MAZELAS DA ORDEM SOCIAL


Não entendo como a sociedade funciona e não quero entender. Sei que tudo acontece de uma forma perversa onde o poder e a ambição de poucos define as prioridades e as pautas do jogo social. O bem estar de todos, a vida comum, pouco importam diante das exigências da manutenção de uma  ordem que apenas produz desordens.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

ELOGIO A ANARQUIA


Nasci pobre.
Meus filhos serão pobres.
A pobreza mora em nossas entranhas
Como um destino.
Não importa o governo,
A economia
Ou a loteria.
Sou pobre
Como os ricos são ricos
E tem filhos ricos
Predestinados a serem bem sucedidos.
Morrerei pobre.
Não fará diferença meu trabalho honesto,
Minha ambição e esforço.
Sempre existirão pobres
Para que os ricos sejam ricos.
Este nosso tipo tosco de sociedade
Depende disso.
Por isso sonho outro mundo,
Outro estado de coisas
E acredito na anarquia.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

O PRESENTE NÃO É PARA SEMPRE

Não sou movido pelo delírio de qualquer modelo ideal de sociedade. Sei que a vida não é feita de idealismo ou paixões abstratas. O mundo não é definido por boas intenções. 

Apenas abomino os fatos e me indigno com a realidade,  com o modo como tudo nos acontece é monstruosamente perverso. Somos reféns de insanidade domesticadas e banalizada pela fantasia do possível.

Acredito no futuro como a possibilidade do novo, do diferente e estranho. Recuso todo conformismo imediatista que faz do presente um absoluto sem solução.

Um dia nada será como existe agora. Seja para o melhor ou para o pior, a vida é constante mudança.

domingo, 3 de junho de 2018

ANARQUIA E SUBJETIVIDADE

E no fundo tudo se resume nisso: não se trata de estabelecer um contra poder que, cujo vitorioso, se tornaria um equivalente daquilo que combateu, uma nova norma. Trata-se, ao contrário, de não jogar o jogo autoritário ao qual estamos histórica e culturalmente condicionados. Eis o sentido mais genuíno de contracultura. É preciso experimentar novas estratégias de subjetivação que não nos reduza a sujeitos de qualquer verdade.

A liberdade é um modo de experimentar e significar o real sem compromisso com qualquer saber sedentário. Ela pressupõe improviso, criatividade e um exercício constante da imaginação e do desejo.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

AINDA SOBRE A GREVE DOS CAMINHONEIROS

Tanto o caos do desabastecimento, quanto as polêmicas políticas e ideológicas envolvendo a greve dos caminhoneiros, ocorrida nestas últimas semanas de maio, contribuíram para fazer do episódio um momento singular. Talvez um dos mais decisivos  da crise política institucional que define o país desde as jornadas de junho de 2013, passando pelo inicio da operação lava jato em 2014 , desdobrando-se em um impeachment presidencial e na generalização da desconfiança da sociedade em relação aos profissionais da política.

A polaridade ideológica, até então dominante,  assim como o já impopular governo Temer, foram abalados pelas incertezas abertas por uma greve que quase parou o país e expôs a fragilidade de uma república doente. 

O movimento dos caminhoneiros teve o mérito de desestabilizar certezas e lugares comuns. Pela primeira vez o movimento social apresentou-se como um potencial quarto poder capaz de abalar o status quo, seja situacionista ou oposicionista, e abrir a possibilidade de situações novas. Em contar partida, em lugar de uma mobilização popular e da convergência de todos os descontentamentos coletivos, o que assistimos foi o mais tosco fisiologismo de uma sociedade tão corrupta quanto os políticos que tem. Uma sociedade que tudo aceita para manter a rotina, de suas mazelas.