Nos debates hegemônicos e fortemente ideológicos que atualmente obscurecem o cenário político, predominam narrativas que definem o Brasil como uma categoria totalizante. Trata-se de uma entidade quase absoluta, um espírito histórico incontestável e objeto de sonhos de progresso e desenvolvimento. Ainda vivemos no Brasil grande, país do futuro, inventado pela ditadura varguista.
A margem destas narrativas, o que chamamos de Brasil revela-se cada vez mais como pluralidade, como múltiplos interesses e apetites coletivos inconciliáveis. A diversidade é ao mesmo tempo uma qualidade e um fardo que desqualifica a polarização verbal que tenta limitar o jogo do poder a um confronto estéril entre direita e esquerda. O real desafio da contemporaneidade é o equacionamento desta diversidade.
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