Um desastre cotidiano,
domesticado,
transfigurado em fatos midiáticos.
Seguimos em frente,
sem chão ou horizonte,
conformadamente indignados,
até o incerto limite do insustentável do desastre.
O fato é que não há palavras para dizer o desastre.
Há alertas de incêndio em todas as partes.
Mas ninguém enxerga a tragédia
convertida em corriqueira e silenciosa banalidade.
No fundo, todos nós juntos,
somos o inominável deste desastre
que nos observa através do espelho do mundo
onde não reconhecemos
nossa própria face.
Talvez, se quer faça ainda sentido
o uso comovido da palavra desastre.
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