sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O CLIENTELISMO E O JOGO DO PODER

Em um país de tradição autoritária, marcado pelo primado do poder central e um pacto federativo precário, é “comum” esperar que tudo se resolva através do governo, do Estado e das oligarquias de poder. A institucionalização e verticalização da politica define de modo inflacionário a esfera pública.  O cidadão comum se julga  impotente diante do jogo elitista do poder.

De fato a politica dispensa a cidadania  fora dos períodos de festa eleitoral. Recorre-se sempre aos representantes do povo como detentores de recursos e meios para fazer valer o mais elementar direito popular.  Não são poucos que procuram um vereador ou um deputado para conseguir o agendamento de uma consulta medica, um emprego  ou alguma forma de trafico de influencias envolvendo serviços públicos e gratuitos que, de modo geral, funcionam de forma deficitária.

O clientelismo é uma pratica contemporânea que ultrapassou em muito a republica velha e a época dos coronéis. Tal relação perversa entre políticos profissionais e sociedade, mais diretamente observada nas administrações municipais, é uma das praticas mais perversas da cultura politica atual. Podemos classifica-la, mesmo que com algumas ponderações, como uma sutil modalidade de corrupção.


A corrupção no Brasil possui suas sutilezas e se confunde com a operacionalidade do próprio poder público, permeável ao trafico de influencias e relações  e favorecimentos ilícitos. O poder foi reduzido a um jogo de diversos interesses privados e articulados, formando uma grande rede de corporativismos diversos. Isso começa na mais elementar relação entre eleitor e politico e ganha dimensões absurdas com os financiamentos ilegítimos de campanha. 

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