Diante do crescimento das seitas neo pentecostais, que se converteram em uma expressiva força política com uma pauta não apenas conservadora, mas obscurantista, há quem diga que corremos o risco de uma Idade Média. Mas a referência é injusta. Afinal, a época medieval foi um período culturalmente bastante fecundo. A famosa caça as bruxas, por exemplo, ao contrário do que pensa o senso comum, ocorreu no início da chamada época moderna, assim como as sangrentas guerras religiosas entre católicos e protestantes. Não é, portanto , o risco de uma nova idade média que nos ameaça. Mas a afirmação abstrata de uma moral universal, de princípios e papéis sociais pré moldados pela sociedade. O que realmente nos ameaça é a verdade como monopólio de grupos ou partidos, é a fé, laica ou sagrada, elevada a medida da vida pública.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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