A vida coletiva demanda
sempre um pouco de pão e circo, de domesticação do desejo, de adestramento populacional.
Tudo deve se converter em espetáculo, em devir midiático, para que o existir de
todos se reduza ao mais rotineiro, a monotonia de um conformismo absoluto.
Afinal, a ordem e o progresso das
desigualdades, da corrupção e das arbitrariedades do instituído poder democrático,
devem ser preservados a todo custo. Para tanto é sempre necessário manter
alguma zona de prazer em meio aos tantos desconfortos, desfuncionalidades e
absurdos que caracterizam nosso quase insustentável dia a dia de trabalho e
festa. Até mesmo o direito de reclamar
alimenta o conformismo.
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