segunda-feira, 30 de novembro de 2020

ELEIÇÕES 2020: ENTRE A ABSTINÊNCIA E OS FICHA SUJA

 

As eleições municipais de 2020 não foram marcadas apenas por índices recordes de abstenção eleitoral que, diga-se de passagem, não se pode atribuir apenas ao medo da pandemia, mas a um discredito do processo eleitoral e dos políticos junto a parcela cada vez mais expressiva da população. Também teve como característica uma desmoralização vergonhosa da lei da Ficha Limpa expondo as mazelas das façcões oligárquicas que disputam o poder. O segundo turno no Rio de Janeiro é um caso emblemático, já que os dois candidatos aspirantes a cadeirinha de prefeito tinham problemas com a justiça e nem deveriam estar na condição de candidatos. A crise do atual modelo político e elitista, onde a política foi reduzida a um grande negócio é mais gritante a cada nova eleição.

A dita “nova politica” de extrema direita (pior do que aquela que jurava combater) e o voto de protesto que capitalizou na eleição passada se desfez, permitindo uma volta escancarada da hegemonia do velho centrão e da direita tradicional. Ao mesmo tempo, a “nova esquerda” naufraga junto com o desgaste do PT.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

SOBRE O ISSO DO CONTRA SENTIDO

Um dia vou me perder no impossível,
Serei ininteligível aos inteligentes 
Aos eruditos, as autoridades,
E a todos os tipos de donos da verdade.

Serei senhor e escravo do meu chão,
Indecente e impertinente
Frente aqueles que vivem no céu 
De abstratas certezas de ordem,
Progresso e finais felizes.

Serei imprevisível, subversivo,
No riso louco dos piores adjetivos. 

Serei quem não  faz sentido,
Um terremoto interpretativo
No contra dizer do dito
Quê inventa a eterna infância 
Dos mais perigosos entre os malditos.

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXIV

 

O Estado Brasileiro, centralizado, burocrático, patrimonialista e privatizado por diversos interesses econômicos e coorporativos, não se dedica a garantia da vida da população, mas a sua administração e manipulação, a administração da morte e a incompetente gestão do vasto território produzido pela ficção nacional.

Se em tempos de falsa normalidade tal realidade já é alarmante, em tempos pandêmicos ela assume as cores aberrantes do intolerável.


REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXIII

 

Em um momento em que a Europa enfrenta uma segunda onda de contaminação, o Brasil e outros países da América do Sul ainda não superaram a primeira. Pelo contrário. Diante de uma estabilidade do contágio, a partir do mês de setembro, gradativamente as medidas restritivas foram relaxadas em todos os estados da federação.

Desde então as atitudes negacionistas difundida pelo governo federal e por parte da população ganhou força criando uma situação perigosa de incerteza. A ausência de politicas públicas para lidar com a peste, expressam o descaso da administração publica em todos os níveis. Em meio a eleições municipais e preparativos para as festividades de fim de ano ( sabe-se lá para celebrar o que) as autoridades públicas se acomodaram a uma absurda razoabilidade de certo número diário de mortes, reduzindo, como sempre, vidas humanas a mera estatística e calculo utilitário.



quarta-feira, 25 de novembro de 2020

UM POUCO DE FILOSOFIA....

 

Fico me perguntando se não seria possível uma ética do mal estar e uma estética da revolta. Qualquer resposta as nossas cotidianas e coletivas inéricas, as nossas contemporâneas incertezas.

 
Fico pensando se , de alguma maneira insana, não podemos romper com a mansidão de nosso consumismo de rebanho, com nosso masoquismo, narcisismo e depressão inerente ao nosso medíocre estilo de vida cada vez mais configurado pelo mau uso das novas tecnologias.

RACISMO MADE IN BRAZIL

 

 

 


 

O Brasil é um país racista e feito para brancos. Por aqui, suporta-se os negros em lógica estamental. As relações de poder colonialistas sustentam até osdia de hoje a inferioridade racial e a superioridade da elite branca em delírios de contemporâneidade tropical.

Vivemos em um país miserável onde a miséria foi secularizada, onde não somos todos iguais.

Onde a policia mata negros !

Onde a escola exclui negros!

Onde os negros não mandam!

Onde os negros não contam,

e vivem sem direito a alma!


terça-feira, 24 de novembro de 2020

DIANTE DO INTOLERÁVEL

Estamos fartos do possível,
Do otimismo cínico  dos amigos da ordem,
Da arrogância e miopia dos acadêmicos,
Da impotência  das massas abertas e silenciosas.

Estamos fartos do país inteiro.
Temos saudades dos tempos
Onde ainda o impossível estava na ordem do dia
e era normal Respirar um futuro.

RACISMO E NEGACIONISMO

 

O estereotipo do negro dócil, aculturado ou colonizado, foi em sua versão definitiva construído pela ditadura do Estado Novo e difusão do mito das três raças que acompanhou a eleição de uma versão desidratada do samba símbolo da identidade nacional. Como em qualquer outro lugar do mundo a invenção do Estado Nação entre nós teve como premissa a diluição das diferenças e contradições dentro de uma narrativa totalizante destinada a afirmar esta entidade praticamente metafísica e atemporal que é o Estado Nação.

Nunca se admitiu, na versão oficial de tal narrativa o caráter racista e excludente do modelo civilizacional elitista e de inspiração européia que se afirmou nos trópicos tão marcada por delírios higienistas e de branquiamento da população tão em voga nas primeiras décadas do seculo XX entre as elites e autoridades públicas.

Não deve, portanto, admirar que exista tanta gente por aí advogando a inexistência do racismo no Brasil e apresentando qualquer debate sobre questão racial como produto de importação.

A negação é um dos principais instrumentos de toda narrativa racista, mesmo que as evidências sejam tão gritantes, como é o caso de um país escandalosamente desigual como o Brasil.

Não vivemos todos no mesmo país. O Brasil não é o mesmo para todo mundo e há muito sangue índio e negro encardindo nossa bregamente colorida bandeira nacional.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A FALÊNCIA DA REPÚBLICA

A melancólica republica autoritária,

oligárquica e anti popular,

que no Brasil se inventou,

Resume -se ao ridículo do sufrágio

e a perversidade do Estado Nação

contra a micro realidade e diversidade

da vida de cada um de nós.

Em cada eleição nossa soberania,

nosso espírito de multidão

um pouco mais definha

na sociedade colonial do progresso infinito ocidental.

 

 

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

TRAMPO & BOZO

 

 


 

Trampo & Bozo não passa de uma dupla caipira agora desfeita. Considerando a musica ruim que tocavam no mundo só nos resta torcer para que o Bozo não siga muito tempo em carreira solo e deixe o palco da história.


sábado, 7 de novembro de 2020

NA CONTRAMÃO DO PRESENTE

Tenho aprendido
Na floresta do onírico
A respirar contra a  cidade,
Ir além  do viver estagnado do mero cotidiano.
Tenho existido na contramão  do Estado Nação,
Nas costas da realidade,
E da ilusão  de ser para o trabalho e o consumo.
Respiro o infinito de mil futuros possíveis
Contra os limites de um presente estendido
Que obscurece o amanhã. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

A POLITICA OLIGARQUICA HOJE

Em tempos de nova república oligarquica, pós transição  democrática, os profissionais da política nunca pareceram tão  caricatos, ridículos e previsíveis.
A esfera pública que eles oferecem através do "Estado administrativo" é  construído dentro de uma bolha de privilégios e negócios milionários, um verdadeiro atentado à vontade comum.
Em um país desigual, desfuncional para a maioria da população,  onde o interesse econômico corporativo de mediocres elites impõe o mercado e o caos financeiro como premissa da vida social , os políticos não  passam de vendedores de ilusões hipocrisias, e cinismos que sustentam a manutenção de Uma esfera pública degradada e arcaica.
Querem fazer das populações bestializado expectadores de um país inventado para sobrevivência e opulência de poucos. 

NOTA ANTI COLONIAL

A invenção do Brasil que se deu ao longo do período Imperial pressupõe a permanência  e reinvenção  do ethos colonial.
A escravidão  não  foi por aqui apenas a instituição  mais emblemática do " antigo regime",foi a expressão mais radical da reinvenção do eurocentrismo nos trópicos a partir do elitismo branco como premissa do processo civilizatório.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

IMPOTENCIA COLETIVA

Já faz algum tempo
Que o amanhã parece impossível,
Que o futuro anoitece,
E vivemos a sombra da morte comum.

Somos vítimas de nossos cotidianos conformismo,
Da banalização do inaceitável 
E do brilho falso de redenções eleitorais.

Falta em nós o espírito da multidão, 
A razão  dos afetos,
Dos sonhos,
E a coragem do impossível.