segunda-feira, 25 de julho de 2016

O PODER EMANA DO POVO, MAS NÃO É EXERCIDO PELO POVO

Quando votamos em determinado politico em uma eleição, estamos abrindo mão de nossa capacidade de decisão, transferindo-lhe o nosso poder de intervenção nos assuntos púbicos realizando a premissa constitucional de que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. Tal delegação é uma abstenção do exercício da vontade politica que passa a ser monopolizado na pratica pelos representantes do povo. Mas qual o real domínio que temos sobre tais representantes? Considerando o cotidiano politico institucional e as crônicas do poder, absolutamente nenhum. Raramente a vontade popular é considerada e o voto ou a delegação de poderes acaba funcionando como um cheque em branco a determinado grupo ou oligarquia.  A autonomia dos dirigentes sobre os dirigidos é    quase absoluta, mesmo na democracia parlamentar.

O poder de constrangimento da sociedade organizada, em um país como o Brasil, que carece de uma forte cultura democrática, é praticamente nulo. Isso sem contar que  não contamos com cidadãos que façam muita ideia do que representa uma democracia enquanto organização autônoma da esfera pública enquanto espaço da ação e da expressão da soberania de um e de todos.

Não dispomos hoje de atores coletivos ou individuais capazes de edificar uma práxis radicalmente democrática. Eis o grande dilema de nossa república contemporânea edificada sob uma tradição francamente autoritária.


Tendo a repetir demasiadamente tal diagnóstico que ao longo das ultimas décadas vem se tornando cada vez mais atual e desesperador.

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