Em 1913 o necrófilo Olavo Bilac
era considerado o maior poeta vivo em
terras tupiniquins. Inspirado pelo neo classicismo
europeu reduzia, ao gosto da época, a poesia a um artificio retorico onde a
forma, através das amarras do soneto, recusava a inspiração.
Falando em Bilac, é pertinente
observar que o modernismo tropical, consagrado mediante o duvidoso marco da semana
de 22, muito diferente do original europeu, nunca rompeu inteiramente com a boa
retórica através do coloquial do verso livre. Afirmou, ao contrário, um certo
sotaque provinciano que acomodou a poesia a invenção do Estado Nacional. Deste
modo, a poesia moderna nunca alcançou por aqui certo condição rebelde e
anárquica inspirada pela transfiguração linguística e sentimento de crise da
própria cultura e civilização.
Pelo contrário, a literatura
moderna tupiniquim, em seu aspecto mais amplo, serviu a invenção de uma muito
bem comportada identidade nacional. Assim, a poesia de Bilac sobreviveu ao
nosso provinciano modernismo. Aliais, sempre surpreendeu no Brasil a capacidade
do arcaico ser contemporâneo do moderno, revelando a fragilidade do ultimo como
expressão do contemporâneo.
Muitos acharão exagerada esta
minha tese. Mas defendo que as épocas literárias são invenção de historiadores
e que as fronteiras entre o novo e o velho, mesmo em literatura, não são
nítidas neste cenários letrados e tropicais, onde os intelectuais vivem em seu
próprio mundo de ufanismos e pueris nacionalismos.
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