quarta-feira, 22 de abril de 2020

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XI

No mês  de abril a pandemia deixou de ser uma ameaça  invisivel e começou  a ganhar rosto através  de suas vítimas fatais. O medo e a angustia envenenaram o cotidiano  de grandes centros urbanos como São  Paulo e Rio de Janeiro com o número crescente de mortes. 
Não há mais normalidade possível e tudo é  incerteza. Apesar de todos os esforços,  não há controle sobre a situação. Admitem as autoridades públicas.  Mesmo assim , indiferentes aos fatos, existem aqueles que insistem na recusa da realidade e, contrariando as recomendações de isolamento social, aventuram-se diariamente nas ruas quase desertas. Tentam seguir suas vidas minimizando a gravidade da emergência sanitária.  São,  simplesmente, incapazes de aceitar ou lidar com a calamitosa situação. Acabam se tornando suas maiores vitimas e involuntários agentes de contágio. 
Mas o que mais chama atenção  é  a indiferença destes indivíduos em relação  ao drama coletivo, sua incapacidade de empatia ou comprometimento social. Todos pagamos pela irresponsabilidade de seu egoísmo. O mais absurdo é  que tal postura é alimentada e incentivada abertamente  pelo chefe do executivo. O horror torna-se absudamente uma questão política e ideológica. Para alguns a defesa da vida é  uma mera questão de opinião frente aos efeitos ecoomicos da quarentena. A barbárie surge como bandeira conservadora contra o mais elementar bom senso. Diante disso, o futuro já não é mais o mesmo e embates políticos prometem obscurecer a vida pública em um cenário de crise total da sociedade. Ouso mesmo dizer, o futuro é cada vez mais duvidoso entre as ruínas da pós pandemia e suas sequelas em todos os planos do acontecer social. Mesmo assim, existem aqueles que acham que a consideração de uma única esfera da vida coletiva, e não sua totalidade, deve ser motivo de preocupação.  

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