Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
quinta-feira, 23 de abril de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XIV
A dicotomia entre a vida e a economia advogada pelo poder executivo, que tenta irracionalmente minimizar a emergência sanitária, contagia estados e municípios, diante dos efeitos da queda de arrecadação. Iniciativas para flexibilizar a quarentena se multiplicam dando força ao discurso oficial da União de retomada da "normalidade" a qualquer custo. Para todas as instâncias de governo, a vida, como bem sabemos, não vem em primeiro lugar. É a racionalidade das coisas que impera sob o bem estar das pessoas na lógica administrativa, apesar da hipocrisia dos discursos oficiais. Depois de quase dois meses de quarentena, para os governantes, tudo se resume a um número aceitável de mortes. Mas todos os diagnósticos oficiais sobre os rumos da pandemia se baseiam em dados que não refletem com precisão o tamanho do problema dado a impossibilidade de testes em massa. Não há um normal a ser retomado ou como salvar as receitas de felicidade económica neoliberarais.
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