As eleições de
2018 certamente passarão aos anais da historia republicana como um momento de inflexão.
O impeachment do PT conclui-se nas urnas de forma melancólica, conduzindo ao
poder novas oligarquias de orientação conservadora. Mas não se trata de
qualquer conservadorismo. Trata-se de um conservadorismo teocrático e autoritário
misturado a uma voga militarista salvacionista.
Em tempos de
crise e de falência das narrativas de esquerda, agora reduzida, em sua versão
hegemônica, a uma espécie de conto mítico lulista petista, não deve surpreender
que a teocracia se afirme como alternativa conservadora a tamanho descabimento,
consumando de vez o obscurantismo que orienta o imaginário nacional contemporâneo
já faz alguns anos.
Abre-se um cenário,
ao mesmo tempo, de incertezas e de reedição de velhas novidades. A única coisa
que parece certo é que coletivamente naufragamos mais umas vezes nos agitados
mares da contemporaneidade. Nos colocamos na onda conservadora global reinventando
nosso insuperável arcaísmo nacional.
A politica
tupiniquim finalmente começou a se redesenhar nesta ultima eleição. O problema é
que foi para pior. As consequências disso são inevitáveis.
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