Algo que precisa ser dito sobre o
sombrio pleito eletivo de 2018 é que, por ter sido marcado pelo transbordamento
da polarização cega, ele foi também decisivo no sentido de afirmar uma tendência
a qualquer novidade que ainda não veio.
Falo contra as analises sombrias de triunfo da vocação autoritária, em sua face
conservadora, que parece mais do que certa. O problema é que não é só isso. Não
há linearidade ou totalizações que definam o curso dos acontecimentos humanos.
As teleologias racionalistas e as analises conjunturais pecam por sempre partir
dos limites e preconceitos de nosso tempo presente. Tendemos a avaliar os fenômenos
sociais a partir de nossas miopias culturais, reduzir e domesticar fatos que
criamos com nossas precárias ferramentas cognitivas.
Em lugar de remoer o obvio do
fantasma do totalitarismo, que paira sobre todas as democracias contemporâneas,
é mais saudável pensar o que se transforma em meio as incertezas e tempestades
deste triste momento eleitoral de opções nulas.
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