quarta-feira, 29 de junho de 2016

DIREITOS INDIVIDUAIS E RADICALIDADE DEMOCRÁTICA

A reinvenção social do individuo no mundo contemporâneo, onde as estratégias de construção de sentido e codificação da realidade alcançaram um leque quase ilimitado de possibilidades, permitiu que o indivíduo isolado goze de uma autonomia cada vez maior no cultivo de sua autoconsciência.

As pressões coletivas para o enquadramento de cada um em personas formatadas de acordo com as expectativas e demandas coletivas, já não constitui um impedimento para opções heterodoxas e criativas. Podemos viver de acordo com nossas fantasias e orientações mais pessoais.

A institucionalização da liberdade do individuo, que fundamenta a luta de diversas minorias , sejam ,mulheres, gays, usuários de maconha ou ateus , é  um dos maiores desafios da cultura contemporânea. As resistências conservadoras fundadas na afirmação de valores totalizantes e inspirados, na maior parte das vezes, por valores judaico cristãos, são cada vez mais impotentes para fazer frente à consagração de direitos aqueles que constroem identidade a margem do referencial de uma moral  pretensamente universal.

Em uma sociedade estupidamente conservadora como a brasileira, esta reviravolta dos valores é objeto de embates diários, seja no mais efêmero cotidiano, ou na arena das disputas político ideológicas. Mas a radicalização do direito do individuo, impondo restrições aos crivos e censuras da sociedade, são uma premissa da radicalidade democrática. Sem tal conquista  a alteridade como referencia da vida social jamais se afirmará entre nós como uma regra indispensável a convivência  do eu e do tu.


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