A cultura do estupro é diariamente
reverenciada pelos machismos nossos de
cada dia. Desde da sutil coisificação sensual do corpo feminino até a
escancarada violência. É realmente asqueroso que existam aqueles que sem o
menor pudor ironizam os movimentos feministas e fazem apologia a submissão da
mulher as regras e costumes secularmente
impostos pela tradição partriacal. Afinal, vivemos tempos em que a pluralidade
e a liberdade do individuo se colocam de muitas maneiras na ordem do dia da dinâmica
social.
O machismo não se confunde mais
com mero conservadorismo ideológico, ele se afirma como expressão de uma
espécie de barbarismo cultural de natureza irracional e perversa. Trata-se de
uma questão de violência e agressão, de recusa da diferença que se edifica
primeiramente no âmbito privado/subjetivo antes de impor-se socialmente.
Assim, o machismo pressupõe a
inferioridade feminina não como um dado cultural, mas como uma experiência biológica
e natural. Assim, ele não admite questionamentos. A logica do machismo é que a
diferença não pode ser pensada e que os papeis sociais consagrados de gênero são
a históricos e compreendem a essência de nossa condição humana.
Por tudo isso, não é fácil desconstruir
o machismo. Talvez ainda leve algumas gerações para que novas formas de
sociabilidades se imponham a tradição. Pelo menos no que diz respeito a um pais
culturalmente arcaico como é o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário