sábado, 28 de dezembro de 2019

DITADURA, DEMOCRACIA E VONTADE POLITICA

Na ditadura os políticos impõe  ao povo sua vontade. Na democracia eles roubam a vontade do povo nas urnas. Ganham um mandato para fazer o que bem entendem em nome do interesse publico.
Em ambos os casos o povo é  vítima daquilo que permite. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

DEUS DINHEIRO


Talvez, mais do que em qualquer outra parte da América Latina, no Brasil, tudo é permitido em nome da ambição. 

Se é verdade que deus é dinheiro, também é verdade que ele encontra entre os tupiniquins adoradores e seguidores fanáticos.  Nossa corrupção onipresente e infinita diz o quanto. 

No Brasil tudo é questão de lucro e exploração. As elites não tem pudor e os de baixo carecem de ética. Impera o "jeitinho" , como reza a tradição nacional, na promiscuidade radical do interesse público e privado.

Tudo é dominio do deus dinheiro e nada é sagrado. Não  por acaso, igrejas neopentecostais se tornaram um grande produto nacional de exportação.



quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

NEO LIBERARISMO E DESIGUALDADE

A falência do projeto nacional desenvolvimentista, que, no século XX, definiu o horizonte político tupiniquim, permitiu a ascensão de uma agenda  neoliberal e de um tosco utilitarismo econômico que passou a definir a agenda politica  dos últimos governos.

Originou-se desta agenda uma nova retórica governamental, baseada em números,  lucro e progresso corporativo, onde, o indivíduo comum, está condenado a impotência e a precariedade. O sol já não  nasce para todos na sociedade de consumidores. Ele é privilégio de um  seleto grupo de vencedores.

Neste contexto, a precariedade das relações de trabalho  aponta para formação de uma elite de profissionais ultra qualificados e bem pagos contraposto a uma maioria de dispensáveis fracassados.

O neo liberalismo não busca igualdade, nem o bem comum, mas a normalização da miséria em um mundo de empreendedores. Em sua racionalidade estreita e utilitária, cada um se torna responsável pela sua falta de oportunidade, pela sua falta de capital social, e condenado a ser um endividado com a sociedade do bom mercado.

A vida comum não significa nada em termos neo liberais.

  

domingo, 22 de dezembro de 2019

JUSTIÇA E PODER

A justiça  é  amiga do poder e inimiga da liberdade. Ela impõe  a norma e a ordem contra qualquer contestação  radical. 

A justiça  protege o injusto e desconhece a igualdade. Pois a lei é rígida e abusiva para os pobres e criteriosa para os ricos.

A justiça  é um instrumento de controle que cristaliza relações de poder.
  

sábado, 14 de dezembro de 2019

UM PRATO DE COMIDA

No Brasil, cuja história é  definida pela miséria e a fome da maioria, a única coisa que realmente deveria simbolizar valores e ideais cívicos, é  um prato de comida. Hinos, bandeiras e poder nada significam diante de um prato de comida, onde durante séculos sempre foi natural gente morrer de fome.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

CONTRA OS ECONOMISTAS

Nunca vou entender os economistas, sua incapacidade de enxergar a vida além dos números e da tosca matemática da produção,  do consumo e do lucro.

No mundo dos economistas a vida é  mera estatística. É  um mundo se  alma encantado por uma racionalidade monstruosa.

O IDIOTA DO ANO

Um ano de (des) governo bostonaro.... não  há  palavras que definam o mais tumultuado primeiro ano de governo da nova República, A mais baixa taxa de popularidade  também. Não  é  minha intenção fazer qualquer retrospectiva das crises, declarações idiotas e propostas descabidas descartadas frente a resistência da justiça  ou do congresso pelo capitão  bunda suja.
Vale apenas registrar para posteridade que, como nunca antes na história deste país, um total idiota responde pela presidência.  Esperamos que por pouco tempo....

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

QUANTO CUSTA?

Afinal, quanto custa
O hospital fechado,
A escola precária, 
O transporte ruim,
A polícia que só  mata preto
E o político cheio de privilégios
Que te rouba sem fazer segredo?

Afinal, quanto custa
Tudo aquilo que não  tem preço?
Quanto vale seu comodismo, 
Seu conformismo, 
O silêncio  insuportável das ruas?

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

PERIFERIA E POLITICA PÚBLICA

Entre nós a periferia é  tratada como anomalia social pelo poder público . A  política do Estado para a periferia é  a truculência policial e a prisão.  

O Brasil é, portanto,  um país de desigualdades e elitismo, onde  o higienismo social define a linguagem do exercício do poder de Estado. Por aqui a igualdade é  a maior das utopias.

Trata -se de uma democracia que ignora o povo ( população ) como uma categoria ativa.
O povo é  sempre uma ameaça à ordem vigente...



segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

A MORTE COMO POLITICA PÚBLICA



Há um cheiro de podre e de morte na farda,
Um gosto de extermínio em toda política de segurança. 

A polícia foi criada para matar pobre.
O Estado é um assassino sem face. 


Entre nós 
Não  existe justiça. 
A lei é feita para o extermínio,
Impera a Necropolítica .

terça-feira, 26 de novembro de 2019

BOLSONAZI: A ABERRAÇÃO AUTORITÁRIA



Embora, ainda vigora no país a chamada Nova República e seu ideal democrático, um fascistoide asqueroso e tacanho responde pela presidência da República.

Com menos de um ano de mandato ele se tornou um câncer na vida nacional  buscando eliminar tudo que cheira vida e liberdade, tudo que respira novidade, justiça e  igualdade.

Sem competência, dignidade ou bom senso, o ocupante do acento presidencial, é uma espécie de experiência mal sucedida de politico profissional, incapaz de manter a compostura digna do cargo de salafrário nacional. Insiste, ao contrário, em sua convincente performance de filho da puta que ao longo de sua carreira parlamentar nunca passou de um parasita e oportunista.


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

UM CHILE QUE VIVE, UM BRASIL QUE APODRECE NA ATUALIDADE DE 1968



A insurreição é o que há de mais contemporâneo na politica. Provamos uma amostra disso através das jornadas de julho em 2013. Mas, quando a rebelião popular desponta no Chile, com um gosto de julho, não há ecos nas ruas.

Onde está nossa indignação, nossa revolta?
Por onde anda nossa juventude?

Invejamos o Chile por atualizar 1968 exorcizando os fantasmas da ditadura e desafiando os autoritarismos da democracia.

Nós, entretanto, permanecemos desatualizados e a margem do mundo cultivando nossos arcaísmos, nossa podridão coletiva sem ainda entender a novidade de 1968.


quinta-feira, 21 de novembro de 2019

A DECADÊNCIA DA NOVA REPÚBLICA

Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro...
Os últimos presidentes da nova República,
A construção de um modo de governança, 
De uma forma Estado personalista,
Arrogante,
Que procura fazer a sociedade
Sua imagem e semelhança.
Idealização  vazia e arrogante
Através da fantasia de um país que progride 
Segundo a ideologia do governo.
Institucionalização definitiva 
De um poder oligárquico e semi autoritário.

A MUDANÇA É FILHA DO DESESPERO


Apenas quando nada se tem a perder,
É que tudo se torna possível.
Assim tem sido
ao longo de toda a história humana.

Pode-se mesmo dizer
que o  futuro é filho do desespero.
Enquanto existi uma escolha
somos escravos dos fatos
nos conformamos ao passado,
ao presente e a qualquer arranjo capenga da realidade.

Só há ruptura quando toda estrutura das coisas vividas
desaba sobre nossas cabeças
e a única opção é  por a perder tudo que existe.  



terça-feira, 19 de novembro de 2019

ALMOÇO REQUENTADO


O almoço de hoje será o resto do jantar de ontem.
Saborearemos o requentado e inatual
da eterna agonia de nossa rotina.

A novidade é sempre que não há novidades.
 
As sementes de esperança
não germinam em um horizonte de retrocessos.
Definhamos no deserto do conservadorismo estéril.

Não mataremos nossa fome com aquilo que temos.



INTERROGAÇÕES SOBRE O FUTURO DE 1984



Teremos um futuro em 1984
impotentes e visíveis diante do olho absoluto
de um eficiente e indeterminado controle introjetado?

Seremos os conformados opositores de um presente eterno?
Ainda faz sentido falar em futuro
Quando ano que vem será sempre 1984....

sábado, 16 de novembro de 2019

BRASIL:UM PAÍS DETESTÁVEL

A sociedade brasileira não  passa de uma monstruosa máquina de moer gente para garantir o sorriso oligárquico.

É  uma sociedade feita para poucos através  da miséria de muitos.

Isso é mais do que suficiente para tornar este país detestável.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

A DECADÊNCIA DOS SENHORES DE REBANHO NA POLITICA


A clássica caricatura do político latino americano como demagogo  aplica-se com perfeição a personagens como Maduro, Lula ou Evo Morales que nas ultimas décadas representaram a hegemonia do populismo de esquerda na região.

É irônico que o colapso da receita neoliberal  em países como Chile e Argentina, coincida com o desgaste da formula demagógica do grande líder nacional progressista nacional desenvolvimentista. O que parece emergir sobre as ruínas do neo liberalismo é, por um lado, um ultra conservadorismo estéril e autoritário e, por outro, a insurreição popular como expressão de um vazio de alternativas que cria seus próprios sujeitos,  introduzindo a multidão como protagonista do tempo presente.

O novo na politica não tem uma faceta institucional, mas popular e anônima no dizer de um povo por vir.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

CONTRA OS PRIVILEGIOS DA LEI

O sucesso do fracassado é a ruína do privilegiado. Pois o relativismo da desigualdade não reconhece a ditadura da matemática ou a formal igualdade da letra morta da lei.

Reconheço a revolta dos fracassados contra o sucesso dos privilegiados. Não  existe justiça  para os cativos e explorados quando a lei é  feita para os exploradores.

OS MISERÁVEIS


Nós  nos debatemos contra um futuro morto
Para respirar o tempo presente.
Tentamos sobreviver contra a corrente.

Recusamos a história, 
As ilusões do progresso.
Lutamos pelo aqui e agora,
Pelas urgências do imediato
Escritas em nossos corpos,
Afetos e sonhos.

Reivindicamos a vida
Que nos foi roubada,
A juventude que não  nos foi possível,
A casa que nos foi tirada.

Somos os filhos do abismo
E os amigos da tempestade.






terça-feira, 5 de novembro de 2019

PODRIDÃO NACIONAL



Há sujeira já entope  todos os cantos.
O lixo, entretanto, não para de crescer.

Todas as autoridades tem as mãos sujas
e os prédios públicos fedem a esgoto.

Empresários vendem estrume
enquanto  políticos prometem
conduzir o pais
a condição de chiqueiro de primeiro mundo.

As ruas estão cheias de ratos,
baratas e gente
nadando na lama.

Todos acreditam
no futuro dos urubus.




DO CONFORISMO A MORTE


Levava uma vida conformada  e calada
Dedicada a sobrevivência,
A norma estabelecida.

Existia para ser ninguém.
Sua digital era seu rosto.

Morreu de tanto ver
O tempo passar
Sem jamais ter existido.
Morreu de não  estar vivo.



segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A MISÉRIA DO SER PRODUTIVO

A precariedade da existência  se expressa pela redução  da vida a um ato produtivo. Na escola, no trabalho, ou na esfera doméstica, somos obrigados a produzir,  reproduzir o sistema , nos conformar ao poder. 

Somos induzidos a atividade contínua. O corpo não  deve ficar parado. A mente deve manter-se ocupada. A grande saúde é  o paradoxo da iminência constante do esgotamento.

Trabalhe, produza, ganhe dinheiro, consuma.

OS NOVOS INSATISFEITOS


Os novos insatisfeitos não  reivindicam. 
Eles gritam, protestam contra a sorte do mundo,
Abominam a ordem das coisas.
Mas não reivindicam.
Carregam cansaços, 
Niilismos.
Estão  mesmo aos pedaços 
E já  não  tem o que perder.
Isso é  o que os faz perigosos  ao poder.
Eles não  negociam.
Não esperam reformas 
Respostas ou acomodações. 
Não  falam em nome de qualquer identidade.
Não carregam bandeiras
E não se anulam sob o rosto de um líder.

Os novos insatisfeitos exigem o impossível.
Gritam o absurdo
Contra a domesticação  do inaceitável .



domingo, 3 de novembro de 2019

DIA SEGUINTE

O dia seguinte não  será rotina.
Será  desvario, revolta,
Quase um crime.

Vai ser histórico, 
Simplesmente,
Inesquecível.

O dia seguinte
Ser a,finalmente,
Outro dia. 

sábado, 2 de novembro de 2019

MUDANÇA E VIDA COLETIVA

Análises  econômicas ou de conjuntura politica, tal como toneladas  de estatísticas, não nos proporcionam um entendimento seguro da realidade e muito menos  propiciam um diagnóstico da vida coletiva. Caso contrário,  já viveríamos  no melhor dos mundos possíveis . Políticos ou intelectuais "Iluminados" é  o que mais tem por aí. Mas nenhuma de suas formulações penetra na vida cotidiana ou muda o movimento das coisas reais que perpassa as pessoas. 

A vida não muda pelos saberes e poderes que lhe configuram, mas pelo contágio de uma insatisfação coletiva. Geralmente suas motivações  são múltiplas e condicionadas ao capricho de dadas circunstâncias sociais quase imprevisíveis, visto que em Boa medida, são  irracionais.

Por isso pouco me importa os devaneios dos acadêmicos de plantão. Quero saber daquela magia que contamina multidões e transforma a vida no terremoto da ordem estabelecida. A receita deste feitiço  não  está nos livros ou teorias, mas no coração da multidão que sofre, que se angústia, com as mazelas do dia a dia.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

AOS QUE SE ILUDEM COM A ESPERANÇA

A esperança que não  engendra revolta, não  passa de conformismo estéril, não  gera, não  cria, vida dentro da vida, através do tempo, matando as horas mortas de conformismo e impotência.  Não  gera encontros, nem compõe  poemas, nem nos reúne em êxtase  em torno da fogueira da liberdade.

O FUTURO DA REVOLTA


Incertezas sempre definem a vida
No espelho das janelas
Dos prédios de horários fechados.

Buscamos salários
Para participar do consumo comum
Naturalizando a miséria, 
A necessidade,
Para justificar o luxo
E a prosperidade de poucos.

O mundo não é para todos.
A vida é incerta.
Mas a revolta promete
Uma grande festa.


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

REVOLTA

Nossas urgências estão  nuas,
Nossa dor e nossa miséria estão expostas.
Diante delas não  cabem explicações cínicas,
Promessas demagógicas ou solidariedades hipócritas.
Cabe apenas a revolta,
O grito e a luta.
Nada temos a perder.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

A CONTRA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Aprovada hoje no senado, o texto base da contra reforma da previdência,  foi anunciado pelos seus partidários como uma mudança  sem precedentes na realidade nacional. Mas onde se lê mudança,  deve-se ler desastre. Trata-se de mais um dispositivo de precarização da vida da maioria da população  pelas exigências do mercado, de mais uma medida de produção  de miséria e exploração.  Querem nos impor um modelo de previdência privada, reduzir o futuro a uma questão  de consumo.

SPARTACUS




Não permaneceremos reféns do medo,
prisoneiros de incertezas
Ou de nossa falsa impotência.
Não seremos covardes.

O que, afinal, temos a perder?
Hoje morremos aos poucos
no deserto do possível.

Ergam a bandeira do desespero,
empunhem a lança da revolta.
Não nos interessa a ordem vigente.
Exigimos liberdade e igualdade!

Não tememos ameaças
ou a intimidação de mil exércitos.

Lutamos por nossas vidas,
por um futuro que nos redima
te tanta miséria cotidiana!


INSATISFAÇÃO COLETIVA


A vida não vive
entre tantos limites,
ausências e carências.

Estamos todos em risco,
vazios e céticos,
frente a precariedade da existência.

Mesmo assim
o discurso oficial
da ordem e do bom senso
povoa o noticiário
contra a insatisfação
que  passeia pelas ruas
anunciando revoltas futuras.

AS INTENÇÕES DO PROTESTO


Não  queremos o futuro,
Mas o presente
em  toda sua intensidade.


Queremos a embriaguez da liberdade,
Derrubar governos,
Reinventar a existência coletiva.


Tudo que nos move
É a vontade de saber,
Criar e ser
Em novas formas de vida.


Não temos medo.
Sofremos a coragem de gritar
Contra o vazio
A ousadia do impossível.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

PIADA BRASIL



Somos um misto de palhaço e equilibrista no palco da ilusão nacional.
O espetáculo exibido é sempre dantesco.
Todo mundo morre no final sem muita dignidade,
Sem nunca viver de verdade.

O país inteiro é uma grande piada
de péssimo gosto
para o riso de poucos.



terça-feira, 15 de outubro de 2019

O COTIDIANO SOCIAL

O cotidiano social é  um reservatório de angústias e saturações onde domesticamos nossa desesperança.

Somos atravessados por uma ausência   por uma carência coletiva, que é  a própria impossibilidade da afirmação do social como plano de mediação das diferenças,  do desejo e  dos afetos.

O social apresenta-se, ao contrário, como império da necessidade, do artifício burocrático da norma, da impessoal coerção  da administração ou governo das coisas. E não  há  nada no cotidiano social que não  seja hoje codificado como coisa. Nós mesmos nos reduzimos a coisas.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O PARADIGMA DA REVOLTA


Desde a primavera árabe em 2011, ocidente e Oriente se uniram em uma única forma DE expressão  dos povos:a revolta. A partir de  então  ela vem se atualizando em ocasiões  diversas em diferentes tempos e lugares de urgência, traduzindo o desafio do insuportável.


Se a repressão  ainda é  a única resposta contra a insurgência,  é  cada vez mais  duvidosa sua eficácia.
Um dia o mundo será  um único grito contra o passado no transbordar da miséria do imediato agora.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

SOBRE MACRO E MICRO POLITICAS

A macro política tornou-se espaço de demência ideológica, necropolitica, fisiologismo partidário, fanatismo religioso, preconceito moral e, acima de tudo, descarada hegemonia oligárquica. Monopólio de um Estado asqueroso composto por diversos corporativismos, a micropolitica é hoje um campo minado.

Quero crer que  não há futuro para os políticos profissionais e seu "estatismo de privilegios" diante das micro insurgências que se multiplicam clandestinamente em todas as partes. 

terça-feira, 8 de outubro de 2019

FUTURO


O futuro não  respeita boas ideias.
Ele é  pai do tumulto
E filho dileto da baderna.
Boas ideias não  mudam o mundo.

O futuro é  rebelde.
Não  se curva ao presente.
Não  se detém ou se intimida
Com o sossego do progresso.

O futuro é  inatingível.
Sempre olha pra frente
Superando boas ideias.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O OTIMISTA INDIGNADO

Deixem-me em paz com meu desencanto,
Com meu espanto diante do ponto
Em que chegamos.

Os escombros do futuro
Ferem as ruínas do passado
E o caos é presente e imanente.

A vida tem gosto de lixo e morte.
Em nossa sociedade doente.
Mesmo assim,
Me embriago de esperança
E tomo um porre de potência
Contra o mal feito das circunstâncias.


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

QUESTIONAMENTOS



Estou cansado de jogar o jogo,
De administrar minha vida
Sob o controle invisível das autoridades.

Qual o preço da ordem publica?
Quando custa nosso conformismo?
Qual o limite do consumismo?

Leia um livro,
Veja um filme,
Curta a festa,
Não há liberdade.

Contente-se com o circo.
Esqueça a angustia.
Seja o sucesso do mundo.

Aproveite a viagem.
Beba o abismo....
morra ao final do dia.
invente uma frase.





segunda-feira, 30 de setembro de 2019

ARTISTA

Nunca quis ser um trabalhador
honesto e conformado,
Muito menos um empresário
Ou político bem sucedido.

Recuso o povo e a elite.
Quero outra forma de viver
Que não cabe no limitado
Jogo social da sociedade do Capital.

Durante toda a minha vida,
Quis ardentemente
Ser 100% apenas  um artista.

BRASIL: PAÍS MEDIOCRE

O Brasil é um país triste.
Reina aqui o cinismo,
A corrupção,
O elitismo,
A vaidade,
E a exploração.

Há uma civilização  de merda,
De inventados heróis  da ordem,
Que cantam um futuro de porcarias
No Reino das hipocrisias .

O Brasil é  tosco,
Obsceno
E faz da religião
Seu mais íntimo vício.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

CRIANÇAS MORTAS



Há crianças prematuramente mortas pelo imperativo da razão triunfante.
São vitimas da história,
Dos abismos cotidianos
Que decoram a miséria do nosso tempo presente.

Infantes aos quais é negada a possibilidade de crescer,
De viver,
Pelos imperativos insanos da realidade inóspita
de uma sociedade que não se importa.

domingo, 22 de setembro de 2019

O BRASIL É UMA MERDA DE LUGAR

O Brasil sempre foi um país conservador e escroto. Um  lugar hostil a generosidade e a civilidade. 

O brasileiro médio cultiva aquele tipo de burrice arrogante que toma por virtude  a ignorância.  

A diferença é  que agora não  há  mais como esconder isso falando em carnaval,  samba e praia.

Vivemos em um dos piores países do mundo. Aqui todo horror é  naturalizado e justificado pela ordem e progresso de um arcaísmo universal.

AMBIÇÃO PESSOAL E CONSERVADORISMO

A maioria das pessoas só  está preocupada com dinheiro, poder e verdade. Não  querem mais do que conquistar um lugar na ordem do mundo.

Elas não  se importam com as injustiças sociais ou com o destino da humanidade. Querem apenas conquistar um lugar ao sol. Por isso são capazes de normalizar os mais extremos absurdos, compactuar com qualquer forma de barbárie.

A ambição  pessoal é  amiga do conformismo e da injustiça.  Isso ajuda a entender a força do conservadorismo em uma sociedade em crise.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

BOLSONARO E A OPOSIÇÃO




Em entrevista publicada no site do jornal El Paísº, o cientista politico chileno Cristóbal Rovira Kawltirasser, especialista em democracia e populismo na America Latina, comparando Trump e Bolsonaro, aponta diversos aspectos de como o populismo conservador que ambos representam fragiliza a democracia. Entre tais razões encontra-se o fato de que  tanto as elites politicas quanto os eleitores, enxergaram neles um receptáculo para seu descontentamento com o stablishment  representado por todas as forças tradiconiais do jogo politico. Principalmente com as de esquerda( ou do campo progressista), dado a encluzilhada a qual a redemocratização nos levou através da consiolidação de um sistema politico corrupto e viciado. Foi justamente a desconfiança e antipatia pela classe politica, que levou ao sucesso  aberrações eleitoreiras como Trump ou Bolsonaram.  

No caso deste ultimo, não deve surpreender sua baixa aprovação popular com menos de um ano de governo, sempre variando em torno dos 30 %. O determinante para ele  é a rejeição muito mais ampla dos políticos e partidos  convencionais. Mesmo que Bolsonaro, diferente de Trump, represente justamente a mais repugnante escoria da velha politica de sempre, muito bem  atestada pela nulidade de sua longa carreira parlamentar, ele foi consagrado como avatar de um  protesto eleitoral ingênuo que ainda possui muito folego. Resta saber apenas  se isso assegurará sua reeleição.

 O que é mais do que certo , até agora, é que seu desgaste não representa o fortalecimento das oposições. Muito menos radicaliza o descontentamento com a classe politica, abrindo a possibilidade de um novo 2013. Coletivamente estamos presos a mediocridade e absoluta obscenidade politica que é o atual governo.

O absurdo foi normalizado em um grande consenso nacional. Todas as merdas feitas e ditas por Bolsonaro e seus ministros fazem hoje parte do jogo do poder agora. Mas pode  chegar um ponto em que a democracia terá que expurgar tal aberração em nome da garantia da ordem das coisas.  Na atual conjuntura, apenas o próprio conservadorismo e seu desencanto parece ter a necessária energia para derrubar Bolsonaro.



domingo, 15 de setembro de 2019

O GRANDE VAZIO DO DIA INTERNACIONAL DA DEMOCRACIA


O 15 de setembro foi estabelecido como dia Internacional da democracia pela ONU em 2007. A referência adotada para escolha da data foi a Declaração  Universal da Democracia pela UIP ( União  Interparlamentar).


Em um mundo de tantas desigualdades e arbitrariedades, onde  democracia e terrorismo, de Estado se tornaram complementares, a garantia de direitos universais abstratos já  virou hipocrisia na boca de governos que advogam a liberdade , mas reprimem duramente movimentos sociais de contestação.

Em tempos de crise de representação e populismo os regimes democráticos se   habituaram a situações  de arbítrio.  Coisa que na Europa e nos EUA se tornaram corriqueiras depois dos atentados de 11 de setembro.

As tecnologias de governo são  atualmente cada vez mais voltadas para vigilância e o punitivismo da população, de seus protestos e reivindicações .

Uma verdadeira política do medo dominou as democracias. Não há muito ao que celebrar neste dia que deveria ser consagrado ao direito a ter direitos.... 

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

QUESTÃO RACIAL

Nasci negro, pobre e quase favelado. Não  me venham dizer que há também  brancos  pobres e sacrificados . Pois nunca é  o negro que explora todos. São  sempre brancos, flácidos e elitistas, cheios de preconceitos, que ainda sustentam toda forma de exploração. 

Não  me digam para superar a escravidão  e a miséria de pretos e quase pretos onde os brancos estão  no comando.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

SOLIDÃO SOCIAL

Somos condenados ao nascer a solidão,
Ao limite, a razão e a norma.
Ninguém é  livre.
Todos vão  a escola,
Ao trabalho e ao banco.
Mas poucos sentem o peso de suas correntes.
Não  há  solidariedade entre os prisioneiros.
Cada um sabe apenas de si.
O isolamento define a vida em sociedade.
E  as pessoas não  se olham nos olhos.
É  um tempo triste para revolucionários.


O BRASIL SEGUNDO UM VISITANTE ANÔNIMO

A desigualdade, o privilégio e a exploração  inventaram o Brasil. Este lugar miserável nos trópicos onde todas as formas de corrupção, superstições e apetites desenfreados encontraram guarida.

Beste lugar de leis duvidosas uma minoria de espertos reina sobre uma maioria de idiotas sob o manto esfarrapado de uma bandeira nacional.

O Brasil é  apenas mais uma ficção  nacional a margem da grande tragédia da civilização  ocidental.

Tenho pena dos que aqui morreram esperando qualquer revolução.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

BINARISMO POLITICO

Entre bolsonarismo e lulismo, o país é  politicamente ameaçado  pelo obscurantismo ideológico, pela redução  de toda vida social a um binarismo tosco . Através  dele o jogo político assume a forma bélica de uma cruzada contra o mal. Seja ele representado pela ameaça comunista, no primeiro caso, ou pela conspiração  golpista, no segundo caso. Ambas narrativas de viés autoritário cria a mítica figura de um salvador nacional que, confundindo-se com o Estado, procura submeter a sociedade a um determinado projeto qualquer  de poder de cunho personalista.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

PALAVRAS DE ORDEM E IDEAL POLITICO


A vida política ocidental dos últimos séculos teve como referência a busca pela instituição  da liberdade e do bem comum em uma comunidade de diferentes iguais. 


Este nobre ideal abstrato,  nos últimos tempos, entretanto, foi eclipsado pelo monopólio oligárquico do poder e pelas  narrativas belicistas baseadas no binário amigo/inimigo.

No lugar de práticas comunitárias e projetos coletivos de sociedade, a sombra de certo realismo politico, há agora apenas palavras de ordem vazias disseminadas no império das opiniões das redes sociais. 

As bolhas ideológicas e a ambição pelo poder  substituíram o bem comum como ideal da vida pública. Cada um busca apenas o triunfo de sua própria verdade ou narrativa. Além disso, só  existem indivíduos desarticuladas e conectados  onde deveria existir um devir coletivo inspirado por algum grande sonho  de sociedade.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

NÃO CONFIE EM POLÍTICOS

Quem vive de política no Brasil é  bandido.

De que maneira mais precisa seria possível definir os profissionais do poder? Estes picaretas de obscuras ambições que reduziram a vida pública a obscuras negociatas.

Não  se deixe enganar  políticos vivem de privilégios as custas do sacrifício da população. 

Somos todos reféns do Estado e vítimas dos políticos e suas criminosas organizações partidárias.

CARNAVAL

Exerçam sempre a liberdade de dizer não.
Briguem por um sonho,
Pelo direito de não  ser normal,
De realizar o inumano e o irracional,
De recusar verdades e regras.
Acordem o caos contra o sol.
Não  capitulem diante de qualquer verdade universal.
Tinjam  de negro as ruas
Reivindicando o impossível.
Não  tenham medo.
Não  recuem.
Destruam a paz social.
Dancem o intempestivo
Até  rasgar aqui e agora.
É tempo de carnaval.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

MINHA DIGNIDADE



Minha dignidade não esta no trabalho,
Na família ou no meu belo retrato no quadro social.

Ela não é coisa que agregue valor ao meu rosto.
Não me faz alguém  melhor ou pior.
Não posso toca-la ou mostra-la como uma roupa nova.

Alguns dirão que ela se quer existe.

Minha dignidade é silenciosa
E não perturba a turba.
Ela esta no afeto,
Nos meus gestos,
No que me cabe por dentro
E por fora do mundo.

Minha dignidade não é minha.
É de todo mundo
Que coabita meus dias
Na invenção diária de um bem viver comum.  



quarta-feira, 28 de agosto de 2019

CONTRA O MUNDO CONTEMPORÂNEO



A dicotomia entre Estado de Direito e Estado Policial já não existe mais. Não há fronteiras entre a democracia e o autoritarismo.  Tudo é cada vez mais reduzido ao controle penal, a normalização da sociedade. A hegemonia do poder oligárquico consolidou-se de vez  na contemporaneidade através da captura da esfera pública por apetites corporativos e mercantis diversos. A racionalidade de mercado contamina todas as instancias da vida social de forma transnacional e truculenta.O que foge ao controle é empurrado para a margem da anormalidade a ser disciplinada.  É isso que define o miserável mundo contemporâneo. É contra isso que se debatem multiplicidades de insurgentes na microfísica do mero cotidiano.

CHOVE NA FLORESTA


Ninguém sabe.
Mas neste exato instante,
Chove na floresta.


A vida segue em mata fechada
Indiferente ao lixo urbano,
A medíocre grandeza da civilização ocidental,
Do hino nacional
E da reunião da ONU.
A vida segue contra a história e o progresso.

Chove na floresta.
Contra todo desmatamento,
Assassinatos e agressões.

Chove na floresta
Pelo simples fato natural de chover,
Sem a necessidade de tratados,
Utilitarismos ou manifestos vagos
Sobre o valor do verde.

Ninguém precisa aproveitar a chuva.
Basta viver a floresta como devir
Fora do jogo entre sujeito e objeto.
todos nós somos a floresta.
Todos somos o céu que chora.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

EM DEFESA DA AMAZÔNIA



A Amazônia  é um território natural que transcende a ficção  perversa dos Estados nacionais e sua lógica predatória.

Em tempos de alterações  climáticas globais, de duros questionamentos da civilização  pós  industrial ocidental,  ela se converte em um símbolo de vida e natureza. 

Em torno da grande floresta  ganha fôlego a causa da sobrevivência da cultura indígena frente as ofensivas do agro negócio. Tambem ganha visibilidade  a geopolítica da biodiversidade que mobiliza diversos apetites internacionais. Tanto quanto a incompetência e falta de engajamento dos países atravessados pela Amazônia, para construir políticas ambientais que respondam urgentemente a tragédia ecológica cada vez mais evidente aos olhos do mundo.

A autonomia da floresta frente aos interesses corporativos financeiros e nacionais, precisa ser   afirmada. A Amazônia  não pode continuar sendo tratada como  um pedaço  maltratado de nações  falidas.