quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A ESFINGE DA REVOLTA

Fora, fora, fora,
Fora Bostonaro!
Pois no meu peito mora
A revolta
De um amanhã libertário!!!

Fora todos,
Ao rés do chão o Estado.
Minha alegria é o futuro
Da dança da liberdade.

Ouvi o grito da revolta,
O riso dos loucos,
Dos revolucionários,
Contra a autoridade dos doutos,
Da moral e da ordem 
De um punitivista imaginário!

SEM TETO

Tenho uma casa
Onde não hábito.
Onde vivo sem território,
Identidade ou vontade.

Meu lugar no mundo não existe.
O céu aberto,
De noite ou de dia,
É sempre meu infinito...

CENTELHAS

Depois de 2020, todas as ilusões sobre o futuro do Brasil foram canceladas, esmagadas pela naturalização do autoritarismo, do elitismo, do racismo, do machismo e de todos os ismos perversos que nos definem como sociedade da Morte e de um Estado/governo genocida.
Mas ainda nos resta a esperança de alguma centelha de revolta que incendeia a qualquer momento a ordem caduca das coisas.

MENSAGEM SUBVERSIVA

Aos que ainda respiram
Temos apenas uma mensagem:
Resistam!
De todos os modos possíveis,
Resistam!
Seja por teimosia,
Instinto ou coragem!

Tudo sempre esteve perdido
Para a humanidade.
A morte é nosso futuro,
Mas sobrevivemos
Insparados pelo irracional da Vontade.
Então, contra a vertigem
De todos os iminentes desastres,
Resistam!

Não esperem por felicidade,
Mas gritem por liberdade.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXX


 

Não há para o momento qualquer outro assunto que supere a emergência sanitária. Não há outra urgência que nos frequente tão instensamente quanto o crescimento diário do número de infectados e mortos, o progresso da vacinação anti COVID no mundo, e as projeções deste cenário global e sombrio que redefiniu nossas rotinas, hábitos e futuros, de uma forma realmente irreversível.

A peste se tornou um meta acontecimento midiático onipresente e transversal a todas as atividades humanas. Ela não deixa espaço para qualquer ilusão de normalidade, por mais que insistam os negacionistas. A pandemia é um evento do qual direta ou indiretamente estamos todos participando, quer queiramos ou não. Se há um marco digno de ser apontado para o inicio cultural e político do novo século e milênio, é a pandemia do novo corona virus que, talvez, seja a primeira de muitas outras se não rediscutimos a relação entre o homem e a natureza e os impasses que o capitalismo e a sociedade pós industrial está nos conduzindo.

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXIX

  


O fim de ano de 2020, contrariando nossas expectativas, termina com a boa nova da oferta de várias vacinas viáveis contra a COVID 19. Sabemos que, embora as vacinas já testadas e aprovadas, estejam longe de representar o início do fim da pandemia, elas são decisivas para diminuir significativamente o contágio e o número de mortes, como atestam diversos pesquisadores e especialistas. Mas enquanto na maioria dos países, inclusive da América Latina, a vacinação em massa já começou a ser uma realidade, no Brasil, o genocida que ocupa o troninho presidencial, insiste em ignorar a urgência da matéria e em debochar da inevitável campanha de vacinação. Seu negacionismo frente a pandemia ultrapassa, assim, os limites do institucionalmente admissível.

O mais preocupante é que, uma parte considerável da população, parece aderir a postura anti vacina, naturaliza as milhares de mortes de decorrentes da pandemia, e desconsidera, inclusive, os cuidados inerentes ao estado de emergência sanitária, como distanciamento social e uso de máscaras. Esta ausência de civilidade e consciência pública traz a tona o problema da precariedade dos vínculos societários em nossa sociedade, a falta de civilidade e de responsabilidade social que nos compromete perigosamente enquanto corpo polÍtico coletivo. A pandemia nos ajudou a lembrar que de longa data somos uma sociedade doente e educada pelo autoritarismo, pouco afeita a uma cultura do bem comum, visto que a esfera publica sempre foi visto e tratado como um privilégio de elites.



quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

BOLSONARO É A FALÊNCIA DA REPÚBLICA

Todo mundo sabe o tamanho da merda que é o Estado do Brasil. Mas uma republiqueta que permite que um lunático destemperada aparelhe o poder executivo, quebre todos os decoros, e jogue o país no caos, por mero capricho ideológico , sem por isso sofrer  qualquer punição, não tem nenhum apreço pela democracia.
Não que isso surpreenda. O atual sistema político e de governança é tão podre que é capaz de democraticamente sustentar um déspota.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXVIII

A novidade das vacinas expôs de vez toda fragilidade do Ministério da Saúde ( definitivamente convertido em Ministério da Morte, administrado por um general).
O Ministério da Saúde e o SUS estão doentes de politica e ideologia. Mostram-se indiferentes diante da montanha de mortos pela pandemia.
Nem mesmo escuta médicos e especialistas que desesperadamente alertam para a tragédia nacional em curso.
Vivemos tempos de ignorância e indiferença a vida é a dignidade humana.

O REBANHO REPUBLICANO

O rebanho republicano acredita no voto,
Nas esmolas do Estado,
No messianismo político para " salvar" o mundo de si mesmo.

Protestam nas redes sociais,
Vomitam palavras de ordem,
São punitivistas e não acreditam na potência da multidão.

Sonham uma ordem perfeita,
Pior do que esta,
Já estabelecida.

O rebanho republicano defende a ditadura de uma maioria impotente.

domingo, 13 de dezembro de 2020

ECONOMIA E EXCLUSÃO

A economia sempre vai mal para o povo em um país desigual e elitista. Banqueiros e empresários, ao contrário, sempre estão no melhor dos mundos possíveis. A sociedade atual funciona para poucos, afirmando o trabalho e o consumo como uma paradoxal forma assalariada de escravidão moderna.
A economia capitalistica é totalmente amoral e movida pelo princípio do privilégio estrutural.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXVII

 

Entre os governantes e políticos, seja a nível federal, estadual ou municipal, na “guerra pela vacina” é cada um por si e todos contra todos as custas da vida do povo. O relaxamento do distanciamento social em um momento crucial da pandemia, o negacionismo que aparelha o Ministério da Saúde ( ou da Morte) e a alta do contágio de fim de ano que já provoca em muitos estados, como o Rio de Janeiro, o colapso do sistema de saúde, tem gerado uma grande ansiedade em torno das vacinas contra o COVID-19. Cada governante explora tal ansiedade a sua maneira e segundo seus interesses. Pesquisadores e profissionais de saúde são, ironicamente, os menos ouvidos sobre a situação. A morte é a única que ganha em tempos onde os políticos mandam.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

ENSAIANDO PARA PRÓXIMA PESTE

 


Quero não fazer nada.

Passar a semana inteira de cama

ensaiando para a quarentena

da próxima peste.


Não me perguntem nada,

não me peçam coisa alguma.

Tenho preguiças acumuladas

para uma vida inteira!


Que quebre a economia,

que caia o governo,

e fechem todas as portas!

Vou chorar pelos mortos!


Não suporto mais os debates políticos,

os preconceitos de sempre,

a desigualdade gritante

e o caos reinante em uma sociedade indecente.


O cenário nacional,

sempre inatual diante do mundo,

não vale o esforço

de nossa existência.


Pois então,

ficarei de cama

ensaiando para a próxima peste.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXVI

A cobertura midiática da pandemia sugere que na Europa e na África a postura da população diante da pandemia e das novas rotinas sociais, difere muito daquela que se observa nos países das Américas. Posso, entretanto, falar com maior segurança apenas sobre o caso brasileiro. Fora alguns setores de classe media, nas grandes cidades do país, o grosso dos habitantes tende a continuar suas vidas a margem das exigências de emergência sanitária. Se o uso de máscaras e higienização constante das mãos se tornou um habito cotidiano, também proporcionou uma falsa sensação de segurança que justifica imprudências no trato ordinário do seguir da vida social. Falta por aqui certa noção de civismo, de compromisso com o bem comum ou, simplesmente, um cuidado e atenção com o outro.

De muitas maneiras, as novas tecnologias digitais e suas redes sociais, possui por aqui um impacto muito maior sobre a opinião pública e o senso comum do que em outros lugares. O comportamento de manada, a adesão acrítica a opiniões pré moldadas, define as tendências de pensamento e as reações coletivas as conjunturas da vida social. Neste sentido, as fake news dão o tom dos pequenos e grandes debates e comoções nacionais.

No Brasil, a realidade tem sido cada vez mais a teatralidade de um espetáculo marcado pela manipulação e controle corporativo e estatal das almas e dos corpos.


 

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXV

 

O fim do trágico ano de 2020 no Brasil está sendo marcado de modo ainda mais sombrio pela epidemia. Em meio a indiferença das autoridades públicas e o silencio da sociedade civil organizada, a população segue a deriva em meio a uma nova onda de contágio.

Os mortos agora tem rostos próximos e definitivamente transcendem as cifras abstratas das estatisticas de óbitos.

O negacionismo já não é admissível diante da tragédia, a ignorância já não é de nenhum modo perdoável, mas continua sendo o discurso oficial do poder de Estado.



terça-feira, 1 de dezembro de 2020

NOSSA VELHA NOVA REPUBLICA DECADENTE!

 

 

 


Não é descabido dizer que o Brasil é um país onde, de maneira exemplar, o tão decantado progresso não passa de um engodo conservador. Basta dizer que a independência  política desta américa tão portuguesa foi se tornar ( como pode?!) o único império das Americas. A Republica, por outro lado, foi resultado de um golpe militar feito a revelia de qualquer reivindicação popular.

Em 1930, o estado nacional, já muito desgastado, ainda amargando a ressaca republicana, mais uma vez modernizou-se conservadoramente através de um novo golpe militar que conduziu aos sombrios anos da ditadura varguista ( que muitos idolatram até hoje!) 

Desde então, tudo piorou de vez na sucessão de refundações constitucionais da republica esfarrapada do Brasil!! Já não sabemos  direito quantos "brasils" existiram e qual deles foi o pior de todos.

Hoje, em tempos em que o mundo mergulha nas vertigens do pós moderno, a modernidade conservadora nacional tenta afirmar-se como retrógrada vanguarda do atraso universal. 

Bradam em coro, mais uma vez no país, o desgastado ufanismo da afirmação da ordem e do progresso, da virtude das elites e da alegria do povo no palco de uma natureza exuberante.

Os vencedores de cada nova eleição arrotam o orgulho oligárquico de bem conduzir a nação de volta aos trilhos. Não lhes importa nem um pouco que as ruas não os aplaudam.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

ELEIÇÕES 2020: ENTRE A ABSTINÊNCIA E OS FICHA SUJA

 

As eleições municipais de 2020 não foram marcadas apenas por índices recordes de abstenção eleitoral que, diga-se de passagem, não se pode atribuir apenas ao medo da pandemia, mas a um discredito do processo eleitoral e dos políticos junto a parcela cada vez mais expressiva da população. Também teve como característica uma desmoralização vergonhosa da lei da Ficha Limpa expondo as mazelas das façcões oligárquicas que disputam o poder. O segundo turno no Rio de Janeiro é um caso emblemático, já que os dois candidatos aspirantes a cadeirinha de prefeito tinham problemas com a justiça e nem deveriam estar na condição de candidatos. A crise do atual modelo político e elitista, onde a política foi reduzida a um grande negócio é mais gritante a cada nova eleição.

A dita “nova politica” de extrema direita (pior do que aquela que jurava combater) e o voto de protesto que capitalizou na eleição passada se desfez, permitindo uma volta escancarada da hegemonia do velho centrão e da direita tradicional. Ao mesmo tempo, a “nova esquerda” naufraga junto com o desgaste do PT.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

SOBRE O ISSO DO CONTRA SENTIDO

Um dia vou me perder no impossível,
Serei ininteligível aos inteligentes 
Aos eruditos, as autoridades,
E a todos os tipos de donos da verdade.

Serei senhor e escravo do meu chão,
Indecente e impertinente
Frente aqueles que vivem no céu 
De abstratas certezas de ordem,
Progresso e finais felizes.

Serei imprevisível, subversivo,
No riso louco dos piores adjetivos. 

Serei quem não  faz sentido,
Um terremoto interpretativo
No contra dizer do dito
Quê inventa a eterna infância 
Dos mais perigosos entre os malditos.

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXIV

 

O Estado Brasileiro, centralizado, burocrático, patrimonialista e privatizado por diversos interesses econômicos e coorporativos, não se dedica a garantia da vida da população, mas a sua administração e manipulação, a administração da morte e a incompetente gestão do vasto território produzido pela ficção nacional.

Se em tempos de falsa normalidade tal realidade já é alarmante, em tempos pandêmicos ela assume as cores aberrantes do intolerável.


REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXIII

 

Em um momento em que a Europa enfrenta uma segunda onda de contaminação, o Brasil e outros países da América do Sul ainda não superaram a primeira. Pelo contrário. Diante de uma estabilidade do contágio, a partir do mês de setembro, gradativamente as medidas restritivas foram relaxadas em todos os estados da federação.

Desde então as atitudes negacionistas difundida pelo governo federal e por parte da população ganhou força criando uma situação perigosa de incerteza. A ausência de politicas públicas para lidar com a peste, expressam o descaso da administração publica em todos os níveis. Em meio a eleições municipais e preparativos para as festividades de fim de ano ( sabe-se lá para celebrar o que) as autoridades públicas se acomodaram a uma absurda razoabilidade de certo número diário de mortes, reduzindo, como sempre, vidas humanas a mera estatística e calculo utilitário.



quarta-feira, 25 de novembro de 2020

UM POUCO DE FILOSOFIA....

 

Fico me perguntando se não seria possível uma ética do mal estar e uma estética da revolta. Qualquer resposta as nossas cotidianas e coletivas inéricas, as nossas contemporâneas incertezas.

 
Fico pensando se , de alguma maneira insana, não podemos romper com a mansidão de nosso consumismo de rebanho, com nosso masoquismo, narcisismo e depressão inerente ao nosso medíocre estilo de vida cada vez mais configurado pelo mau uso das novas tecnologias.

RACISMO MADE IN BRAZIL

 

 

 


 

O Brasil é um país racista e feito para brancos. Por aqui, suporta-se os negros em lógica estamental. As relações de poder colonialistas sustentam até osdia de hoje a inferioridade racial e a superioridade da elite branca em delírios de contemporâneidade tropical.

Vivemos em um país miserável onde a miséria foi secularizada, onde não somos todos iguais.

Onde a policia mata negros !

Onde a escola exclui negros!

Onde os negros não mandam!

Onde os negros não contam,

e vivem sem direito a alma!


terça-feira, 24 de novembro de 2020

DIANTE DO INTOLERÁVEL

Estamos fartos do possível,
Do otimismo cínico  dos amigos da ordem,
Da arrogância e miopia dos acadêmicos,
Da impotência  das massas abertas e silenciosas.

Estamos fartos do país inteiro.
Temos saudades dos tempos
Onde ainda o impossível estava na ordem do dia
e era normal Respirar um futuro.

RACISMO E NEGACIONISMO

 

O estereotipo do negro dócil, aculturado ou colonizado, foi em sua versão definitiva construído pela ditadura do Estado Novo e difusão do mito das três raças que acompanhou a eleição de uma versão desidratada do samba símbolo da identidade nacional. Como em qualquer outro lugar do mundo a invenção do Estado Nação entre nós teve como premissa a diluição das diferenças e contradições dentro de uma narrativa totalizante destinada a afirmar esta entidade praticamente metafísica e atemporal que é o Estado Nação.

Nunca se admitiu, na versão oficial de tal narrativa o caráter racista e excludente do modelo civilizacional elitista e de inspiração européia que se afirmou nos trópicos tão marcada por delírios higienistas e de branquiamento da população tão em voga nas primeiras décadas do seculo XX entre as elites e autoridades públicas.

Não deve, portanto, admirar que exista tanta gente por aí advogando a inexistência do racismo no Brasil e apresentando qualquer debate sobre questão racial como produto de importação.

A negação é um dos principais instrumentos de toda narrativa racista, mesmo que as evidências sejam tão gritantes, como é o caso de um país escandalosamente desigual como o Brasil.

Não vivemos todos no mesmo país. O Brasil não é o mesmo para todo mundo e há muito sangue índio e negro encardindo nossa bregamente colorida bandeira nacional.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A FALÊNCIA DA REPÚBLICA

A melancólica republica autoritária,

oligárquica e anti popular,

que no Brasil se inventou,

Resume -se ao ridículo do sufrágio

e a perversidade do Estado Nação

contra a micro realidade e diversidade

da vida de cada um de nós.

Em cada eleição nossa soberania,

nosso espírito de multidão

um pouco mais definha

na sociedade colonial do progresso infinito ocidental.

 

 

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

TRAMPO & BOZO

 

 


 

Trampo & Bozo não passa de uma dupla caipira agora desfeita. Considerando a musica ruim que tocavam no mundo só nos resta torcer para que o Bozo não siga muito tempo em carreira solo e deixe o palco da história.


sábado, 7 de novembro de 2020

NA CONTRAMÃO DO PRESENTE

Tenho aprendido
Na floresta do onírico
A respirar contra a  cidade,
Ir além  do viver estagnado do mero cotidiano.
Tenho existido na contramão  do Estado Nação,
Nas costas da realidade,
E da ilusão  de ser para o trabalho e o consumo.
Respiro o infinito de mil futuros possíveis
Contra os limites de um presente estendido
Que obscurece o amanhã. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

A POLITICA OLIGARQUICA HOJE

Em tempos de nova república oligarquica, pós transição  democrática, os profissionais da política nunca pareceram tão  caricatos, ridículos e previsíveis.
A esfera pública que eles oferecem através do "Estado administrativo" é  construído dentro de uma bolha de privilégios e negócios milionários, um verdadeiro atentado à vontade comum.
Em um país desigual, desfuncional para a maioria da população,  onde o interesse econômico corporativo de mediocres elites impõe o mercado e o caos financeiro como premissa da vida social , os políticos não  passam de vendedores de ilusões hipocrisias, e cinismos que sustentam a manutenção de Uma esfera pública degradada e arcaica.
Querem fazer das populações bestializado expectadores de um país inventado para sobrevivência e opulência de poucos. 

NOTA ANTI COLONIAL

A invenção do Brasil que se deu ao longo do período Imperial pressupõe a permanência  e reinvenção  do ethos colonial.
A escravidão  não  foi por aqui apenas a instituição  mais emblemática do " antigo regime",foi a expressão mais radical da reinvenção do eurocentrismo nos trópicos a partir do elitismo branco como premissa do processo civilizatório.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

IMPOTENCIA COLETIVA

Já faz algum tempo
Que o amanhã parece impossível,
Que o futuro anoitece,
E vivemos a sombra da morte comum.

Somos vítimas de nossos cotidianos conformismo,
Da banalização do inaceitável 
E do brilho falso de redenções eleitorais.

Falta em nós o espírito da multidão, 
A razão  dos afetos,
Dos sonhos,
E a coragem do impossível.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

FORA BOLSONARO!!!

Só  digo dizendo: meu grito não  cabe no seu ruídoso conservadorismo.
Bolsonaro de cu é  rola!
Eu tenho nojo deste desgoverno!!
Minha palavra é  crua e selvagem
Contra a barbárie civilizada 
Que escuresse o tempo presente.

O FUTURO SERÁ OUTRA COISA

Não  sonho futuros nacionais
Ou soluções universais.
Todo país  é  uma invenção  fracassada,
Qualquer coisa mal resolvida,
No controle das populações,
Afirmação de falsas verdades universais,
E violência de Estados e Sociedades.
O futuro será outra
 coisa que não  espero,
Algo que escapa a linguagem
Do poder e da ordem estabelecida.




sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A POLITICA ALÉM DO VOTO

 

 


É  sabido que o governo do "menos pior" não  muda o pior como destino.
Oprimidos pelos limites de agora  ousamos desafiar as fronteiras do tempo presente, a inércia dos hábitos e apostar no inédito do aparentemente impossível do desafio de mundos futuros.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

PEQUENAS ELEIÇÕES, GRANDES NEGÓCIOS

 


 

Nada é mais ilusório nas configurações contemporâneas da politica institucional do que o dispositivo do sufrágio. Trata-se tão somente da consagração simbólica de arranjos oligárquicos e corporativos da adminstração da vida sob as configuraçãos mercantins da esfera pública e das relações de poder e formas de assujeitamento que caracterizam nossa deprimente “sociedade do espetáculo”.

O sufrágio, cada vez mais previsível e domesticado, em tempos de algorítimos, de racionalidades de caserna, não passa de um grande balcão de negócios para o empreendimento financeiro e empresarial da governabilidade e administração das coisas e popupações no cercado de um território/pasto nacional

terça-feira, 20 de outubro de 2020

NÃO VOTE. NÃO LEGITIME PARASITAS

A mercantilização da política institucional e todos os recursos e privilégios de um cargo público me fez pensar que, aquilo que normalmente chamamos de corrupção não  passa de um grande negócio. Concorrer a um cargo parlamentar ou executivo custa caro e quem se elege quer ter lucro.
Política institucional não é  uma questão  de representação, mas de privatização  do interesse público por faccões oligárquicas organizadas em partidos políticos. Acho que tal modesto raciocínio é  suficiente para demonstrar a falência do sistema político vigente é o inconveniente do voto.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

DESFUNCIONALIDADE NACIONAL

Mesmo para um estado nação periférico,  situado na chamada america do sul, o Brasil é  um país assustadoramente disfuncional.
Basta enumerar alguns dos seus  principais problemas nacionais: desigualdade social, corrupção  política, violência urbana, educação e  saúde deficiente para maioria da população, dentre outros.
O país não  funciona do ponto de vista da garantia de um padrão  aceitável de civilidade e bem estar para a maioria daqueles que são  paridos em seu vasto território. Uma vida digna e um horizonte satisfatório de futuro é  um privilégio para poucos abastardos.
Tudo isso, entretanto, é  naturalizado na persistência de suas estruturas coloniais. Em outras, palavras, trata-se de um país  para poucos.
Não  há solução  mágica ou de curto prazo para suas mazelas. Tudo tende a puorar nos próximos anos no contexto global de um mundo de vertiginosas transformações tecnológicas e sociais onde é  cada vez mais incerto o destino da própria ideia de civilização. 
Mas o que mais espanta é  a falta de planejamento e reflexão  de longo prazo, seja entre as elites dominantes ou entre seus críticos insurgentes.
A desfuncionalidade é  por aqui uma espécie de traço  cultural que garante toda forma de privilégio e ambição. 




 

LIMITE

 

Quando for tarde demais,

longe demais,

absurdo demais,

insuportável demais;

quando tudo perder o sentido,

quando o desespero saturar o momento,

espero que a vida grite,

que a revolta invente um alivio,

diante da angustia da normalidade.


Quando for tarde demais,

espero que se invente

qualquer impertinente alternativa

para a realização do impossível.

 


 

MENSAGEM SUBVERSIVA

 

Onde nada parece viável,

semeio o impossível,

a vertigem e o delírio,

contra as certezas vigentes,

contra o pesadelo imanente.

Sei que a vida, certamente,

será, em algum momento, insurgente.

 


 


PESADELO URBANO

Um alerta percorre a cidade.
A população  morre,
Os governos mentem,
Os empresários lucram,
E a vida apodrece.

O poder e o medo 
Disciplinam os corpos.
A morte é  vida
No irreal do tempo presente.

CAMPANHA ELEITORAL

Entre o ridículo e o cômico,  toda campanha eleitoral é  um grande teatro, onde o poder se apresenta como espetáculo trágico. 
O conservadorismo da servidão se faz ato no sufrágio,  presídio das consciências,  na passividade de rebanho.
Cada eleitor carrega dentro de si seu próprio carrasco.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

A BURRICE COMO VOCAÇÃO

 O conservadorismo olavista, ou a burrice pseudo ilustrada, que inspira alguns ministros do atual desgoverno tupiniquim,  representa um aparelhamento ideológico da máquina pública,  que visa afirmar uma meta narrativa excludente e uma prática autoritária de gestão pública, direcionada a afirmação  do interesse de grandes corporações econômicas e, também,  afirmar a burrice e a truculência ideológica  como vocação  de um pensamento elitista e cretino.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

GOVERNO FAKE NEWS

Em declaração recente o ex-presidente já ir Bozonaro afirmou que acabou com a Lava Jato por não  existi mais corrupção no governo.
A declaração, que desliza entre o cinismo e o negacionismo,  prova o quanto a política oficial é hoje no Brasil feita de fake News.

UMA NOVA TERRA

Em tempos de emergência climática o fim do mundo deixou de ser uma fantasia religiosa sobre a  redenção da humanidade para tornar-se um horizonte sombrio e irreversível de colapso civilizatório.
O fim do mundo foi secularizado e substitui o tempo linear do progresso infinito pós iluminista pela sombra da catástrofe em um presente estendido e constantemente atualizado.
Mergulhamos no imaginário da vertigem, de um niilismo ativo, onde os valores , os julgamentos e certezas tradicionais, já não  sustentam qualquer confiança em nossa condição humana e suas realizações.  É  a própria ideia de humano que é  posta em xeque pelas novas tecnologias e pela constatação da natureza como uma grandeza inumana oposta ao homo faber e ao seu domínio do mundo.
O novo milênio inicia-se sobre o signo do intempestivo, do inumano e imanente acontecer da vida como eco realidade sobreposta ao artificialismo de um mundo verdade que se dissolve sob nossos pés desacostumados a terra e embriagados de alturas .
Insinua-se o tempo de uma nova terra e novas formas de existencia, a derrocada de todo platonismo e logocentrismo.
A vida já não  vive em nós....



terça-feira, 6 de outubro de 2020

VOTE NULO!!!

Além do voto obrigatorio o fundo eleitoral e partidario nos obriga a bancar o circo dos políticos.
Manter as oligarquias de poder de Estado custa caro, em todos os sentidos. Mas seguimos pacíficos em nossa servidão  voluntária as  eleitas minorias que não  nos representam.
Seguimos sustentando parasitas que determinam arbitrariamente os rumos das nossas vidas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

CONFISSÕES DE UM MISERAVEL

Não  existo.
Sou invisivel na cidade 
Onde vivo todas as formas de desabrigo,
de indiferença,
E sutis violências 
Que povoam o cotidiano urbano.
Normalmente estranho
Quando sou tratado
Como um ser humano
Em uma sociedade de rótulos  e preços 
Onde o mundo é  um privilégio de poucos.




sexta-feira, 2 de outubro de 2020

MORAR NO RIO DE JANEIRO

Morar no Rio de Janeiro é  ter medo de morrer abandonado nos corredores de um hospital público, de bala perdida de polícia,  de desemprego, ou, simplesmente, de tristeza, por tanta falta de perspectiva.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

ELOGIO A REVOLTA

A mudança  é  filha da revolta,
Do tamanho da sua indignação,  dos seus encontros,
Da sua palavra,
Da sua oposição  contra tudo que é injusto,
Absurdo e autoritário.

A revolta é  o que grita dentro de nós
A urgência  do virtual de outros mundos possíveis, 
A necessidade vital de outras formas de vida,
Enunciados e comportamentos 
Contra os muros do ontem
E os limites do hoje
Que esperneia  contra sua própria morte.

A revolta é a virtude dos inconformados.


quarta-feira, 23 de setembro de 2020

A BANAL ESTUPIDEZ DE BOLSONARO

 


Negacionista e delirante, fala de Bolsonaro na abertura da assembleia da ONU foi um retrato da caricatura de país inventada pelo atual governo frente a questões cruciais como meio ambiente e pandemia.

A narrativa construída por Bolsonaro não lembra em nada um discurso de chefe de Estado. Parece coisa tirada de alguma conversa de botequim. Mas fora algumas instituições, políticos e personalidades, a grande maioria da população pouco se importa com o que ele falou ou deixou de dizer as Nações Unidas.

O brasileiro médio, tirando meia dúzia de seguidores idiotizados, não se importa com as atrocidades e absurdos que seus políticos cometem. Ele é antes de tudo um conformado que se acostumou aos escândalos das oligarquias políticas. Bolsonaro para a maioria dos brasileiros é apenas mais um político tosco, como no fundo, todos os políticos são toscos. Mas tal banalização do inaceitável apenas o torna mais perigoso...


domingo, 20 de setembro de 2020

EXCLUSÃO

Vivemos em uma sociedade insana onde cada um busca a ilusão  de felicidade que esconde, quase sempre, aquilo se que realmente precisa para levar uma vida equilibrada.

Tudo é  questão de consumismo, estatus social, e preconceito.
Vivemos em uma sociedade onde até  os excluídos possuem como ideal o elitismo mais rasteiro e esnobe.
Vivemos em uma sociedade que odeia  os miseráveis, que abomina os pobres, os negros e quase negros, que inventaram nossa história contra o relato das elites e suas falsas glórias.  


SENSO COMUM

Somos escravos de um salário para manutenção  de nosso status de eternos endividados.
Mesmo assim nos imaginamos felizes como consumidores idiotizados  em estado de perpétua e artificial necessidade.
A verdade é  que não  passamos de pobres coitados, manipulados e domesticados pelos poderes  que nos assujeita castra. 

sábado, 19 de setembro de 2020

SOBRE A INSIGNIFICÂNCIA DO BRASIL

Não se deixe enganar pelo tamanho do seu território.  O Brasil é  um país pequeno, insignificante. 
Ele é  feito de autoritarismo, preconceito, exploração,  provincianismo e ignorância.
E6 um lugar muito pequeno no mundo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

FALSO NORMAL

Ecocídio,

Pandemia,

Inflação,

Corrupção, 

Preconceito,

Populismo

Um fdp na presidência...

Mas os  dias seguem calmos

Como se 2 +2 fosse 5,

Ao sabor do circo dos ciclos eleitorais.


.


    

REPÚBLICA VELHA

A República é  uma velha banguela,
Sorrindo na fala asqueroso
Do presidente,
No opulência oligárquica
Dos três poderes,
Nós obcenos negócios 
Que alimentam o capital,
E no silêncio das ruas
Onde tudo parece normal.

Diante de tanto absurdo
Resta ais lúcidos 
Queimar a bandeira nacional,
Quebrar vidraças, 
Ocupar as praças 
Semear futuros 
No deserto do amanhã. 


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

BRASIL= INSANIDADE

“Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não tenha se dado conta disso.
O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle." 
Paulo Francis 


Brasil é  uma palavra abstrata, um rótulo rosto, para o hospício que define o território nacional como celeiro de absurdos institucionais,  capitalisticos,  morais e , principalmente existenciais. 
Em um país insano qualquer facção de desonestos e autoritários lunativos , sempre irá nos conformar as mais medíocres relações de exploração e poder .

ÚLTIMAS NOTICIAS SOBRE A DECADÊNCIA POLITICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Hoje o Rio de Janeiro viveu um dia singular. Paralelamente deputados e vereadores discutiram processos de impeachment dos chefes do executivo estadual e municipal.
Momento singular da decadência política do estado no cenário nacional, a situação  inusitada revela a mediocridade dos políticos profissionais guardiões da desordem pública institucional de nossa temerosa República.
O mais, assombroso, entretanto, é  a ausência de qualquer mobilização popular frente a excecionalidade de tal situação política institucional.
A população segue bestialidade, descrente e indiferente. Assim mantém a dominação oligárquica da qual é vítima de longa data.
Assim, o Rio de Janeiro segue a deriva e a corja dos profissionais da política inventam o circo de sua própria miséria no encaminhamento de falsas soluções possíveis.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

DO FATO A TELA


A tela revela o mundo como signo,
A realidade como imagem,
Como paisagem,
Onde somos vistos,
Medidos e julgados,
Onde  somos reduzidos 
As opiniões dos outros
E de ninguém.

Há  apenas o afeto dos enunciados,
o visível e o dizivel das convicções em progresso e desastre.

Já não nos interessam os fatos.
Importa apenas a informação 
Convertida em opinião e espetáculo.

É no dizer das coisas que o mundo acontece e se perde 
No abismo da mentira que inventa verdades e afirma Babel.

A realidade, afinal, já não  cabe 
Na ilusão  do sujeito e do objeto.
A percepção  não mais nos reduz ao humano,
A antropologia do saber possível. 

Somos agora o lado de fora da tela,
O lado de dentro das conclusões.
Os mais novos filhos do ceticismo, do simulacro,
Onde dizer tudo é possivel
Quando o dito já não  traduz a vida.




.
















quarta-feira, 9 de setembro de 2020

PELO FIM DO MUNDO COLONIAL

Nasci as margens do Ocidente,
Meio selvagem, bruto,
Contra a civilização  e as luzes.
Mas a Razão  cruzou  os mares
E reinventou a escravidão, 
O progresso, o trabalho,
E a ditadura da humanidade.

Fez chorar a indiferente natureza,
Plantou caos e cidades,.mortes e enfermidades,
Até nos tornar escravos
De sua absurda ilusão.





NOTICIAS

As notícias já não  dizem o mundo.
Apenas banalizam absurdos,
Registram o intolerável, 
Domesticando nossas indignações
Através do caos das opiniões. 

Cada um se perde em seu mundo,
Em sua moral e reclamação  seletiva,
Intoxicado pelo excesso de informação. 



 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

CONTRA O PATRIOTISMO


A pátria moderna é  prisão,
Dominação ,
Desigualdade e exclusão
Onde padecem populações
Nas invisíveis grades do necropoder. 

A pátria é  um Estado abastado e injusto,
Militarismo e autoritarismo
Que inspira fanáticos,
Mil formas de controle e dominação. 

Os que amam a liberdade
Não  tem pátria,
Inventam um território
Onde floresce o diverso,
Onde se faz o múltiplo. 




  

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

A RAZÃO NA HISTÓRIA



As notícias já não  dizem um mundo.
Gritam um horror,
Qualquer absurdo,
Que escava em nós 
A consciência dos abismos.

A vertigem e a embriaguez 
De qualquer razão enlouquecida
Transfigurada em linguagem e vida
Inventa impune nossos caminhos.

CIBERPOLITICA E AS METAMORFOSES DA SOCIEDADE DE CONTROLE

 

Segue um interessante texto sobre uma questão colocada na pauta das discussões globais faz alguns anos. Entretanto, ela escapa ao provincianismo do imaginário tupiniquim. Mesmo quando o resultado das últimas eleições nacionais foram definidos, em grande parte, pelo uso indiscriminado e até mesmo abusivo, de


dispositivos e estratégias de cibepolitica.  Ironicamente, no Brasil, a direita tem sido mais contemporânea do que o dito camnpo progressista....

 

“ Tratamos, aqui, de um pensamento que invoca um vitalismo. Pensamento que recobre a fala do professor Alliez e que pode ser definido pela atribuição de um estatuto ontológico à crença e ao desejo, potências que seriam imanentes à Vida, o que nos permitiria situar nossa consideração para além dos estados mentais e afetivos dos sujeitos. Precisamos ultrapassar o Eu. Ultrapassar-nos em direção a um plano povoado de singularidades nômades, de vitalidade impessoal para fazer acontecer o impensável de nós. Ativar a potência de vida que nos habita, ativar o coletivo de nossas redes e associações, revelando uma base ontológica que reside nas práticas criativas da multidão. Constituir o que Toni Negri chama de poder constituinte12. O espaço biopolítico se torna, neste contexto, mais interessante do que o político, na medida em que ele é o caldo em que se misturam o político, o social, o econômico, o afetivo: é ele que reúne o ponto de vista do desejo, da produção concreta, da coletividade humana em ação. É neste ponto, prezado professor Alliez e relembrando o papel crucial que as tecnologias desempenham no lançamento das base da governabilidade embora seus resultados não possam ser considerados como a priori , que lhe devolvo a palavra, colocando-lhe duas questões: Uma, alinhada ao fluxo da presente Conferência: como a produção de cérebros e de corpos de muitos pode construir um sentido e uma direção comuns, num momento em que as forças do liberalismo e a onda de individualismo impregnam os modos de ser e estar em sociedade? Outra, a título de virmos a conhecer suas mais recentes produções no campo da filosofia e da arte, como nos mostra seu curriculum e últimas publicações. Também acreditamos que na obra de arte há uma crença que assegura o laço do homem com o mundo. É Deleuze que nos lembra que só a crença no mundo pode unir o homem ao que vê e escuta e que na obra de arte há uma fé que devolve o mundo. A arte operaria como uma perfuradora do real que nos possibilitaria crer novamente no mundo. Como poderíamos problematizar as relações Filosofia, Ciência e Arte no contexto da produção do poder constituinte da multidão?”

 

FONSECA, Tania Mara Galli . Conversando com Éric Alliez sobre Ciberpolítica – da Incorporalidade à Biopolítica. Informática na Educação: teoria & prática, Porto Alegre, v.9, n.2, p.74-86, jul./dez. 2006.

 

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

PRESIDENTE ESPANTALHO

Temos um espantalho na presidência da República,
Um caricato arremedo político,
Um ditador frustrado,
No trono do poder executivo.
Mas sua sombra abriga o rosto de muitos,
Que indossam a barbárie
De nossa duvidosa condição 
De sociedade.



quarta-feira, 2 de setembro de 2020

SEMPRE EM FRENTE

A vida segue.
A gente não  sabe como.
Mas ela segue, 
Apesar de tudo,
Ela segue.

Segue também em frente
O desastre nacional,
A falência estatal
É a miséria material e imaterial do  humano.

Seguimos em frente
E já avistamos o abismo
Na composição  do absurdo
De todas as convicções. 

sábado, 29 de agosto de 2020

NOTA SOBRE A CRISE POLITICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A crise política e institucional do governo do Estado do Rio de Janeiro, cujas origens remontam a redemocratização, ao lado sombrio do populismo brizolista, não  terá solução  de médio prazo.  Pode-se mesmo dizer que a política  no estado do Rio é  expressão  dramática e radical da própria crise estrutural de nossa República oligárquica.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

PSICOLOGIA NACIONAL

À recusa da alteridade, a patologia do comum, é  o que nos define como sociedade. Privatizamos a vida pública , reduzimos a experiência coletiva a babel das opiniões, do raciocínio raso e passional. Quase não existimos como coletividade. À vida social é  para nós uma extensão de nosso mundinho privado, de nosso provinciano mundo cotidianamente possível, de injustiças desigualdades naturalizadas. Eis o que define a psicologia nacional.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

A MISÉRIA ELEITORAL

Política e Estado no Brasil é  sinônimo  de corrupção,  opulência e poder econômico.
A cada eleição  reafirmamos e legitimamos o domínio oligárquico e a demagogia republicana. Somos pacíficos   prisioneiros de uma minoria de algozes que vivem do comércio  dos votos. A  medida de seu domínio é  nosso conformismo ao absurdo da ordem das coisas. 


A MISERIA DO DESENVOLVIMENTISMO

Desde  do Estado Novo,  o desenvolvimento e nacionalismo tupiniquim, seja em sua versão  conservadora ou dita progressista, sempre subordinou a questão social ao progresso econômico e industrialista. O contrato ideal nacional sempre esteve acima das pessoas, reduzidas a abstração  do povo.
Por aqui a miséria de muitos sempre foi a norma e narrativa que sustenta a opulência e o mando de poucos.

FAZER POLITICA HOJE

Diferente do proposto por nossa "arcaica modernidade" política, de inspiração  pós  iluminista e republicana, fazer política não  é  uma prática institucional formatada pela prisão  jurídica de uma cidadania abstrata. E5, ao contrário, o aro cotidiano de produzir a si mesmo entre eco meio dos outros.
Fazer política é  compor corpos, reinventar o corpo, criar novos modos de dizer , sentir e saber a vida na novidade de novos espaços e experiências da vida comum.
Fazer política é uma ação  ética,  no mais concreto ato de viver.

domingo, 16 de agosto de 2020

O NAO FUTURO DO BRASIL

O Brasil do futuro  não  será definido pelas crianças de hoje moldadas pela pseudo ilustração  dos bancos de escola,
Será feito pelas infanciasfrustradas, marginalizadas e órfãs  da grande mentira nacional.
Os futuros rebentos do absurdo,  definirão o destino de nossa longa duração  distopica de uma modernidade e nacionalidade de faz de conta,
Serão  inimigas de todas as ordens, parias de nossos futuros  perdidos.

REFLEXOES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXII ( CONTRA A NORMALIDADE)

Não! Não  queremos o retorno ao normal,
Ao insano cotidiano dos velhos dias perdidos.
Queremos outros mundos possíveis,
Qualquer loucura que nos faça  outros.
Não queremos a caduquice da normalidade 
Que nos rouba da vida,
Na absurda prática cotidiana
Da simples sobrevivência
Aos fatos e dias tristes.

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXI

Em pesquisa realizada pelo Data Folha em 11 e 12 de agosto, evidensiou-se um dado sombrio da atual conjuntura nacional definida pela peste: A maioria dos brasileiros inventa bolsonaro de qualquer responsabilidade pelas mais de cem mil mortes ocorridas no país.
O que se vê nas ruas é  justamente a vitória do negacionismo, a total ignorância da população  sobre o drama pandemico, a mais clara falta de  responsabilidade social.
Não é  apenas a sociopatia que impera no governo federal que ssustenta uma política de morte, boa parte da população  é cúmplice se tal política tão  entranhada em nossos cotidianos conservadorismos vividos.
A maior de todas as tragédias é justamente aquilo que somos como sociedade.

domingo, 2 de agosto de 2020

HISTORINHA DO BRASIL RECENTE

A historinha do Brasil recente através da qual chegamos ao caos presente é bem simples. 
Seu marco no contexto pós democratização é  o plano Real do Itamar Franco que parecia finalmente superar o legado inflacionário e a farra do capital financeiro. Diferente da Argentina, que optará pela dolalização o Brasil parecia ter encontrado um caminho de conto de fadas para um capitalismo viável ( como se isso fosse possivel). 
Consolidada a estabilidade econômica, mesmo sem uma reforma do Estado contra todos os seus coorporayivismos, cuja mais perversa expressão  era a manutenção  de um sistema político viciado e corrupto, criou -se um consenso nacional em torno da questão  social . Tal consenso elitista levou conservadoramente a esquerda ( direita enverhonhada) ao poder.
Inspirada pelo populismo e um nacional desenvolvimentismo arcaico, ela governou tentando criar o mito do seu sucesso mergulhando no mais insano ufanismo. 
Obviamente, bastou uma crise global do capitalismo para sua fantasiosa narrativa triunfante ruir e alimentar o neo conservadorismo que, desde então,  não  parou de crescer.

SOBRE O INTOLERAVEL NEO CONSERVADORISMO QUE NOS ASSOMBRA

Não  bastasse a política de morte adotada pelo Estado frente a pandemia, a sociedade tupiniquim, cuja vocação  sempre foi para o elitismo e para o conservadorismo, vem revelando  nas ruas e nas redes, um tipo de militância escrota neo conservado que faz do odio e do preconceito uma nefasta cultura política. Pode-mos roma-las numa democracia como expressão radical do intolerável.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

POLITICA NO BRASIL CONTEMPORANEO

Entre uma esquerda falida, uma direita perdida, e um sistema político disfuncional, a política no Brasil foi reduzida ao caos, a um beco sem saída, de ideias antigas e crises institucionais.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

A VIDA AINDA TRANSBORDA

Apesar de toda precariedade,
De todas as incertezas,
Angústias, limites 
E vazios,
A vida ainda transborda,
Nos afeta e transforma
Na banal experiência de ser.
Mesmo que seja apenas
A vida possível,
Com v minúsculo,
Que dói um pouco viver.
A vida ainda transborda. 


sexta-feira, 5 de junho de 2020

UM GRITO

Entre a banalidade da morte e a precariedade da vida, resta o grito que explode a angústia; resta a alegria da luta, da busca por si mesmo no cuidado dos outros pelo bem estar de todos.
Resta qualquer futuro contra o presente, qualquer esperança frente o peso do passado, quando somos juntos o atemporal de um grito.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

OS INSURGENTES

Os que não  se conformam as rotinas de um mundo sem alma, caduco, e quebram o cotidiano com seus corpos insurgentes nas ruas, são aqueles afetados por uma urgência  de vida. 
São  os que sabem a poesia da liberdade, o devir do mundo contra a precária e provisória ordem das coisas. 
Para tanto é preciso ter uma intuição de infinito, correr o risco de reescrever o futuro, até escapar a prisão do tempo presente e aos limites do possível.
São eles que sabem a vertigem do imprevisível e do inédito. 

domingo, 31 de maio de 2020

SOBRE A CRISE POLÍTICA

A crise em curso entre o STF e o poder executivo constitui um novo capítulo  da crise da República definida pela hegemonia da extrema direita na política nacional.
Não é apenas uma crise de valores proveniente da polarização ideológica. É antes de tudo uma crise de princípios em uma democracia elitista e oligárquica que parece frágil diante de uma tendência antidemocrática patrocinada pela presidência da República. O medo de uma ruptura institucional parece enfraquecer a defesa da própria democracia pelas autoridades constituídas.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XX

Entre a crise política e a pandemia nos surpreende o de sempre, o óbvio e o cotidiano do absurdo nacional.
O futuro nunca foi tão  distante na distopia do tempo presente.

sábado, 16 de maio de 2020

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XIX

A ausência de atuação na União na emergência sanitária, a corrupção,  má gestão  e evidente falência do SUS em estados e municípios, deixa a população  entregue a si mesma. É o triste retrato de um país de descasos em tempos de peste onde a morte está na agenda do dia.
Não se pode esperar muito do poder público,  nem mesmo em tempos de morte. Aliás, mesmo nos tempos da velha normalidade, o Estado já era uma máquina de produzir morte, um verdadeiro coveiro do povo.

INFORMALIDADE

Sem certidão de nascimento,
CPF ou identidade,
Muitos ainda existem,
Re- existem, contra a sociedade
A margem do Estado e da lei.
A vida, através deles,
É maior que o país 
E sua soberania meta nacional.



domingo, 10 de maio de 2020

(MEMORIA COLETIVA) REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRYS XVIII



 Será  um ano de enlutada memória ,
De silêncios no deserto dos fatos,
De futuros roubados e sonhos apagados.

Será um momento de pós história,
De questionamento do humano
Em meio a crise civilizatória.

Será o ano da peste,
Da morte,
Do silêncio do humano
Na miséria do nosso progresso.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

OS POLITICOS DO BRASIL

É urgentemente necessária alguma pesquisa acadêmica para explicar porque, afinal, os políticos tupiniquins são tão  escrotos  e repugnantes. 
Qualquer pronunciamento de político, seja de que partido for, normalmente desperta no espectador antipatia e náusea. Principalmente quando o dito cujo é  ocupante de cargo público. 
Os políticos no Brasil normalmente tem cara de burros e desonestos. Infelizmente, ha sempre quem vote neles.